A Tribuna Cultural, dirigida pelo jornalista e radialista Magno de Jesus, sempre antenada com os acontecimentos históricos, culturais, políticos, econômicos e religiosos de Estância e de Sergipe, a partir desta quinta-feira, 16, quando Estância faz hoje, 400 anos da sua colonização, fundada por Pedro Homem da Costa, em alusão a esse registro importante na história de fundação de Estância, vai está publicando com exclusividade, uma série da história da Fábrica de Tecidos Santa Cruz, que foi escrita pelo colaborador e jornalista Carlos Modesto, publicada na Tribuna Cultural impressa, nas datas de 20 a 31 de agosto de 2002. A Fábrica Santa Cruz foi um grande empreendimento, que trouxe progresso para Estância, Sergipe e o Brasil.
No dia 3 de maio de 1891, no lugar denominado “cachoeira”, à margem direita do rio Piauí, cujas águas cristalinas seguiam o seu curso natural pressionado por uma queda d’água, a correnteza descia num impacto de força e beleza, produzindo borbulhas acentuadas num cenário multicolor, foi dada a benção da pedra fundamental da Fábrica de Tecidos Santa Cruz, esta que representou para a nossa história o pioneirismo, e para Estância a inicial engrenagem propulsora do seu progresso.
Este empório fabril começou a funcionar em 1896, com um pequeno serviço de fiação e 150 teares, apenas, para tecidos com a proteção do capital de 1.250:000$000.
Em 1898, a produção de tecidos da fábrica alcançou a soma de um milhão e quinhentos mil metros.
Sua diretoria era composta dos senhores João Joaquim de Souza, João Cardoso Freire de Mello (Estância) e Manuel José Marques (Bahia).
João Joaquim de Souza Sobrinho, sobrinho do fundador João Joaquim de Souza, no pátio de sua casa, localizada na Praça Jackson de Figueiredo. Hoje o imóvel pertence a Diocese de Estância. No local é a residência episcopal.
O principal responsável por este estabelecimento notável foi João Joaquim de Souza (1830-1906), imigrante português de espírito batalhador e infatigável, que promoveu com sua capacidade administrativa um desenvolvimento bem compensador, apenas dos grandes obstáculos encontrados, porém previstos, em torno de sua edificação.
Nesta primeira fase de desenvolvimento, a Fábrica Santa Cruz destacou-se surpreendentemente como um legítimo patrimônio De Estância e do Estado, imprimindo um alto grau de capacidade produtiva, cujos resultados positivos preencheram de antemão a fecunda visão administrativa de seus dirigentes pioneiros.
A Fábrica Santa Cruz encontrou também reciprocidade entre o operariado estanciano, que soube assimilar os desejos empresariais, estruturando-se dentro dos moldes técnicos de trabalho, promovendo seu progresso, tornando-a uma das mais bem aparelhadas no gênero durante muitas décadas.
Ponte para a passagem dos funcionários
O fundador, João Joaquim de Souza, assumiu o estabelecimento têxtil, nesta cidade, até 1898, sendo substituído neste período pelo seu sobrinho, também de nacionalidade portuguesa, e cujo nome era idêntico ao seu.
O 1º ACIDENTE ENVOLVENDO FUNCIONÁRIOS DA FÁBRICA SANTA CRUZ
Como curiosidade histórica, o primeiro acidente ocorrido com funcionários da Fábrica Santa Cruz, aconteceu numa quinta-feira, do dia 25 de agosto de 1910.
Cinco trabalhadores, depois de terem descarregado o carro que transportava lenha para a fornalha da fábrica, voltavam com o mesmo vazio.
Dos cinco, vinham três em cima do carro, que era empurrado pelos outros dois; quando ao chegar na descida por cima da preza, os que iam dentro do carro, tentando controlar o freio, este partiu-se, descendo vertiginosamente o veículo, que, ao chegar a uma curva, desviou-se do caminho, indo baldear-se dentro do rio com os três trabalhadores que conduziam, tendo dois conseguido salvar-se com algumas contusões e o outro que desapareceu.
Apesar das diligências feitas, só foi possível encontrar este último dois dias depois, no local denominado “Serraria”, já em adiantado estado de putrefação.
Os dois que empurravam o carro nada sofreram. O falecido se chama Victor, e deixou uma filhinha como órfã.
Continua sábado (18).
Escrito por Carlos Modesto
Redação Tribuna Cultural
Um extraordinário empreendimento para a época, alavancando um desenvolvimento ímpar para o município, com uma infraestrutura de dar inveja a muitos empreendimentos atuais. Um orgulho para Estância, Sergipe e o Brasil.
Bela história farei uma aula, com os meus alunos do 8°. ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Valdete Dorea do Município de Tomar do Geru. 7fr6vk
Fantastica! Historia enriquecedora de grande importância para todos os Estâncianos e Sergipanos. Parabéns