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Sergipe

CRESCE NÚMERO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS COM CRIANÇAS EM SE

A cada um dia, 8 crianças perdem a vida acidentalmente no país, aponta pesquisa

Publicada em 14/09/21 às 09:37h - 267 visualizações

Jornal da Cidade.net


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CRESCE NÚMERO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS COM CRIANÇAS EM SE
 (Foto: Reprodução)
Ser criança é estar conhecendo o mundo pela primeira vez, é viver com alegria e tornar tudo uma diversão. Mas ser criança também é não conhecer ou não entender o que é o medo, o perigo e as consequências das suas atitudes. Portanto, os adultos que cercam os pequeninos devem estar sempre atentos a qualquer movimento, pois qualquer deslize pode ser fatal.

Os acidentes domésticos envolvendo crianças é uma realidade triste e preocupante no Brasil, visto que os índices aumentam cada vez mais, como mostra os dados do Ministério da Saúde, divulgados pela Revista Crescer, em que entre março e outubro de 2019 foram realizados cerca de 18 mil atendimentos em crianças e adolescentes de até 15 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), vítimas de acidentes domésticos. Já em 2020, no mesmo período, o número passou dos 39 mil, representando um aumento de cerca de 112%. Esse crescimento no ano de 2020 tem como explicação a questão do isolamento social por causa da pandemia de Covid-19, em que os filhos passaram a estar dentro de casa durante as 24 horas o dia, aumentando a probabilidade dos acidentes.

Além desses dados, uma pesquisa feita pela ONG Aldeias Infantis SOS Brasil, divulgada em junho deste ano, aponta que, por dia, oito crianças brasileiras perdem a vida em decorrência de acidentes domésticos.

SERGIPE
No último domingo, dia 12, no Município de Porto da Folha, no Povoado São Joaquim, uma menina de pouco mais de um ano de vida morreu após o rack da sala ter caído por cima dela. Já segundo a Assessoria de Comunicação do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), entre o período de janeiro e 1º de setembro 24 crianças foram internadas vítimas de queimaduras. Casos como esses são corriqueiros no Estado, o que expõe a necessidade de campanhas e diálogos entre profissionais que alertem pais e adultos que convivem com crianças, para evitar que novos acidentes aconteçam. Para isso, a equipe do JORNAL DA CIDADE conversou com o pediatra Willian Barcelos para abordar o tema e trazer orientações ligadas ao assunto.

O profissional explica que a recorrência dos acidentes domésticos com crianças no Brasil se deve ao fato de não ter um investimento na educação, diferentes de outros países. “Outros países, como o Japão e os Estados Unidos, eles investem até no ensinamento de ressuscitação cardiopulmonar nas crianças maiores de dez anos e adolescentes. Então, a informação é crucial no combate a esses acidentes. Nesses países há investimento nos artifícios para diminuir os traumas. Eles conseguem achar dispositivos de segurança melhores e mais baratos do que aqui no Brasil, por exemplo, capins de silicone para quina dos móveis, travas para gavetas e portas, então, eles entendem que o custo da prevenção é menor que o gasto após um acidente”, afirma. “Na pandemia teve realmente um aumento nos casos porque a criança estava presa dentro de casa, evitando a aglomeração, então, como a criançada tem um espírito aventureiro, ela vai mexer nas coisas, vai subir etc. E isso só aumentou o risco de acidente”, complementa.

COMO EVITAR OS ACIDENTES
O pediatra dá dicas de prevenção e aconselha que os adultos estejam sempre imaginando o que pode acontecer num ambiente em que a criança está. “É preciso buscar entender como esses acidentes podem acontecer. Se eu tenho panela no fogo, eu evito que a criança fique na cozinha. Eu não posso ter gavetas baixas com utensílios domésticos perfurantes e cortantes; sobre vidro, devo sempre imaginar que a criança pode se cortar com aquilo. Então tem que ter um certo entendimento do que pode acontecer e se prevenir. Se há uma toalha de mesa, eu não vou colocar uma panela de quente em cima dela, porque a criança pode puxar a toalha e derramar o líquido em cima dela”, explica. “Tem um ditado que é bem simbólico, que é de que criança cega. Ela tem que ser observada o tempo todo. Crianças menores de 5 anos podem ficar sem a supervisão de um adulto, isso é fato. Deve sempre olhar com olhos de pessoas pessimistas e pensar o que poderia acontecer de ruim naquele espaço”, ressalta.

ATENÇÃO
William Barcelos expõe que o celular aumentou muito os acidentes domésticos com crianças, já que os adultos acabam se distraindo no celular e a criança acaba tendo um acidente. “Já aconteceu de a criança ter um afogamento com o adulto do lado e ele não perceber porque estava distraído com o celular”, comenta. “Para entender melhor sobre como evitar acidentes domésticos envolvendo crianças, o adulto pode entrar em contato com a Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju e solicitar a transferência para o setor da saúde da criança e do adolescente e conseguir mais informações de como prevenir. O número para contato é o (79) 3711-5000”, informa.



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