De acordo com dados do IBGE, Sergipe tem o quinto maior índice de pobreza do país (são mais de 1 milhão), perdendo no ranking da fome e da miséria apenas para o Amapá (55,9%), Maranhão (54,9%), Amazonas (49,7%) e Alagoas (47,5%). Exatos 46,8% da população sergipana enfrenta graves problemas relacionados à falta de alimento.
Sobre a realidade, o economista Luís Moura, coordenador do Dieese de Sergipe (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese/SE), afirma que “o que você percebe nas ruas, em supermercados, porta de bares e restaurantes são pessoas pedindo alimentos”.
Os dados tornados públicos pelo Valor mostram que a pobreza cresceu no Brasil. “Nós tínhamos uma pobreza de 25% da população brasileira e agora em 2021, passou pra 29%. O estado de Sergipe é o que tem a 5ª maior proporção de pobres em relação à sua população: 46,8%, superado apenas por Amapá, Maranhão, Amazonas e Alagoas.
O alto percentual de pobres, para o economista do Dieese, indica o quanto é necessária a manutenção dos auxílios, pois a população em pobreza não consegue se alimentar ou não consegue fazer as três refeições diárias. Com o aumento dos preços dos alimentos, isso fica muito difícil para garantir a integridade alimentar do cidadão. “Com 46% dos sergipanos considerados pobres isso mostra que o auxílio deveria ser uma reivindicação de uma política pública: todos os governadores de todos os estados deveriam reivindicar a manutenção desse auxílio, até que você tivesse os dados de emprego e da renda do brasileiro recuperados. Pois a alta dos preços dos alimentos com a queda da renda ou empobrecimento da população vai significar dificuldade de sobrevivência”, explicou.
Luís Moura recorda que no estado de Sergipe, 42% da população, em 2019, era considerada pobre, e, em 2021, aumentou para 46%, ou seja houve um aumento de 4%, o que é muito num período tão curto, e agravado pela pandemia e também pela alta dos produtos agrícolas. “Isso significa que essa política de redução do auxílio emergencial, que aconteceu em 2020 com relação a 2021 (em 2020 eram pagos 600 reais e passou a ser pago em média 250 reais), precisa ser de alguma maneira revista, sob pena de a população continuar atravessando dificuldades”, conclui o coordenador do Dieese em Sergipe.