Os professores e professoras decidiram em assembleia realizada na tarde de ontem, 19, suspensão da greve e manutenção da luta pela vida. Para a entidade, a suspensão da greve não significa necessariamente que as atividades presenciais vão retornar de imediato, pois a portaria nº 3.324, em seu artigo 6º, estabelece que a unidade de ensino que não tiver condições para retornar com suas atividades presenciais na data prevista, seja por circunstâncias estruturais, reformas ou qualquer outro motivo, deverá enviar justificativa à sua Diretoria de Educação, indicando a previsão para o retorno presencial. “Suspendemos a greve pela vida, mas isso não significa o fim da nossa luta para que as escolas tenham as condições sanitárias, pedagógicas e se garanta a imunização dos trabalhadores da Educação.
O espaço de luta agora é no chão da escola”, afirmou a presidenta do Sintese, Ivonete Cruz. O sindicato orienta que professores se mobilizem nas escolas para que avaliem se a unidade de ensino tem efetivamente as condições para o retorno imediato presencial e a partir disso construam um calendário de retorno.
MAIORIA DAS ESCOLAS NÃO ESTÁ PREPARADA PARA RETORNO PRESENCIAL
Desde que se começou a aventar o retorno das aulas presenciais, o sindicato tem feito o debate que as escolas estaduais e municipais, em sua maioria, não estavam e não estão preparadas para as aulas presenciais, seja na parte física ou no que diz respeito a pessoal para cumprir os protocolos. Isso é tão verdadeiro que, no caso da rede estadual, somente na terça, dia 17, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura anunciou que fará o processo seletivo para a contratação de merendeiras, vigilantes e executores de serviços básicos. “A falta de pessoal é gritante em diversas escolas, muitas têm somente um servidor para fazer a limpeza, um para a portaria e um para servir a alimentação escolar em cada turno. Dessa forma não há como se cumprir os protocolos para garantir o mínimo de segurança contra a transmissão da Covid-19”, afirma o vice-presidente do Sintese, Roberto Silva dos Santos.
O INÍCIO DA IMUNIZAÇÃO SÓ ACONTECEU DEVIDO À PRESSÃO DOS PROFESSORES
A priorização do magistério na vacinação só aconteceu após a decisão da greve no início do mês de maio, até então não havia sequer data para tal. O auxílio tecnológico, mesmo com todos os questionamentos, só foi viabilizado por conta da luta e da insistência do magistério. “Nós vencemos essa greve, a resistência foi bonita e continuará no chão da escola. As escolas sem condições mostrarão quem tem razão”, disse a professora Sandra Oliveira.