Trabalhando horas a fio profundamente e fiel a pesquisa da história, para juntar os fatos do passado da cidade, ao longo de uma década de investigação, o professor Acrísio Gonçalves teve muitos custos, tendo que se dirigir, por exemplo, por diversas vezes a Aracaju, Maruim, Universidade Federal de Sergipe, redação do jornal Tribuna Cultural, telefonando para algumas pessoas, enfim, em busca de fatos históricos sobre Estância. Agora o professor conseguiu finalizá-lo.
A Tribuna Cultural que tem apoiado, sobretudo, as coisas da cultura estanciana, atenta a novidade, resolveu ouvir o professor escritor.
Tribuna – Como surgiu a ideia de produzir um livro sobre Estância?
Professor Acrísio - Primeiro comecei escrevendo um livro sobre Santa Luzia do Itanhy, onde eu e minha mãe (já falecida) nascemos e isso agora faz dez anos. Mas ia, ao mesmo tempo, encontrando coisas sobre Estância, o lugar onde moro e que nasceram meu pai, minha esposa e meus três filhos.
Tribuna – O livro já tem nome?
Professor Acrísio – Sim. O livro vai se chamar ESTÂNCIA SECULAR
Tribuna – Por que esse título?
A História de Estância é grande, poderosa em Sergipe. Seu comércio, seu antigo porto, seus festejos juninos, seu carnaval, sua imprensa, seus poetas, enfim a estancianidade estão contidas no livro e, no título, quis juntar tudo isso.
Tribuna – Quais foram as fontes que você pesquisou para produzir seu livro?
Professor Acrísio - Estive em diversas instituições, principalmente de Aracaju. O IHGS, Arquivo Público de Sergipe, Bibliotecas, Arquivo do Judiciário.
Tribuna – Houve muita dificuldade para você encontrar conteúdos?
Professor Acrísio- Pesquisar em nosso País não é fácil. Agente fica sozinho no mundo. Primeiro começa com os custos que você tem que disponibilizar; munir-se tecnologicamente para tal; tempo que você tem que disputar com a profissão, com a família, com a escrita. Abrir mão muitas vezes do lazer. Tem tipo de busca que você nunca encontra, como a vida de um importante jornalista estanciano do século XIX que não pude trazer detalhes sobre ele nessa obra que acabei de fazer. Confesso que ainda não desistir dele. Porque ele me atrai, ele me condena. Por causa da sua extraordinária força jornalística em Estância, a Terra dos Poetas e de Jorge Amado.
Tribuna – Como será o livro? Quantas páginas? Terá ilustração?
Professor Acrísio - O livro aborda muitas questões do passado estanciano que ao longo da pesquisa vinham despertando minha atenção, seja porque não estavam bem esclarecidas, seja porque nunca tenham sido levado ao público, embora eu tenha publicado parte deles nos jornais A Tribuna Cultural, Folha da Região e o Jornal do Dia, aos quais agradeço.
Acho que terá umas 250 páginas. Sim, também terá ilustrações, muitas delas inéditas. Tem o objetivo de ajudar na reflexão do leitor. Eu particularmente gos de imagens.
Tribuna – Quando será publicado seu livro? Qual gráfica? Tem algum apoio?
Professor Acrísio - Precisamente eu não sei. Pedi apoio à prefeitura, através do prefeito Gilson Andrade e ele prometeu publicar. Na última conversa que tive com a secretária de Cultura, Lidiane Nobre, uma artista, que me recebeu muito bem, ficou combinado que o livro seria lançado agora em setembro, quando Estância estará completando 400 anos.
Tribuna – Qual sua expectativa? Você acredita que a comunidade leitora vai gostar do livro?
Professor Acrísio - É das melhores. Esperançoso. Quanta a segunda pergunta, espero que sim. A obra é um canto à liberdade, à cultura, à literatura, coisas que os estancianos foram os primeiros em Sergipe e que já demonstraram amar esses temas.
Tribuna – Depois desse livro publicado, é verdade que você já está concluindo outro livro, desta feita sobre Santa Luzia do Itanhy?
Professor Acrísio - Sim. A obra sobre Santa Luzia do Itanhy eu já havia começado antes e hoje estou finalizando ela. Assim que finalizá-la, irei pedir apoio à prefeitura local para publicá-la. Pelo que me consta a recepção está sendo boa. Posso até dizer que está sendo aguardada.
Redação Tribuna Cultural