Um dos maiores crimes ambientais da história no Brasil, o derramamento de óleo que sujou praias em 11 estados vai completar dois anos sem que ninguém tenha sido responsabilizado, com danos ambientais que persistem e o país ainda construindo um sistema de monitoramento e resposta para lidar com esse tipo de tragédia.
Até hoje, pouco se sabe sobre a origem das toneladas de material que chegaram com as ondas e marés por meses a partir de agosto de 2019, matando animais, afetando o turismo e dezenas de comunidades pesqueiras – que tiveram a renda e o modo de vida fragilizados às vésperas da chegada de uma pandemia que agravaria o cenário.
Análises feitas por diferentes órgãos de pesquisa indicam que tratava-se de petróleo proveniente da Venezuela. O mistério maior é sobre como o óleo chegou ao nosso litoral. Uma das teorias é de que o material seja fruto de um vazamento acidental ocorrido durante uma operação de transferência do produto entre navios em alto mar, a pelo menos 500 km da costa brasileira.
É difícil ter certeza, porque essas são atividades realizadas sem registro, para tentar driblar os bloqueios econômicos impostos à ditadura venezuelana, e com os localizadores dos navios desligados.