Mesmo com as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, a tradição junina ganha força na mesa dos nordestinos. Com as festividades suspensas, nada melhor que celebrar o período entre os familiares e com as tradicionais comidas típicas.
Mas, você sabe de onde vem a origem das festas juninas?
“O início das festas juninas antecede a Idade Média, no entanto, as nossas tão apreciadas comidas típicas surgiram na época da colonização portuguesa”, explica a nutricionista Luana Cercato. Mestre e doutora em Ciências da Saúde, Luana é especialista em Acupuntura e Fitoterapia e preceptora de estágio do departamento de Nutrição da Universidade Tiradentes.
“As comemorações celebradas em Portugal eram ricas em preparações que utilizavam o trigo e o milho, produtos provenientes da agricultura local e abundantes entre os meses de junho a agosto”, acrescenta.
Segundo Luana, ao colonizar o Brasil, os portugueses com seus padres jesuítas trouxeram sua cultura de festas que homenageavam os santos católicos, porém o trigo ainda não fazia parte da agricultura brasileira.
“O milho era original das nossas terras e crescia facilmente nas plantações em períodos chuvosos, o que o tornava uma matéria-prima ideal para as delícias juninas”.
“Outro alimento que também pode ajudar a ter mais disposição é o aipim ou macaxeira”, diz a nutricionista Luana Cercato. (Foto: Divulgação)
De acordo com a nutricionista, aqui no Brasil, muitas receitas passaram a ser adaptadas pelos índios e africanos que habitavam o país, utilizando não só o milho, mas também a macaxeira, o amendoim e o coco, além de especiarias como a canela, o cravo da índia e a erva doce.
“Dessa mistura de culturas e sabores, surgiram as preparações que hoje encantam nosso paladar, como o pé de moleque, a paçoca, o bolo de macaxeira, a canjica, a pamonha e o mungunzá”.
Além de agradar o gosto dos nordestinos, as comidas típicas juninas são nutricionalmente ricas. “Preparações que levam o milho como ingrediente são excelentes fontes de energia e auxiliam no funcionamento adequado do intestino. Isso porque são fontes de carboidrato, fibras, vitaminas do complexo B, magnésio e carotenoides”, explica.
“Outro alimento que também pode ajudar a ter mais disposição é o aipim ou macaxeira, rico em amido, cálcio, ferro, fósforo e potássio, nutrientes que em conjunto ajudam a manter nossos ossos fortes e controlar impulsos nervosos”, acrescenta.
O amendoim é outro queridinho presente nas mesas das festas juninas. “Rico em ‘gorduras do bem’, esse alimento nos beneficia com o ômega 3, um importante anti-inflamatório natural que auxilia na redução do ‘colesterol ruim’. Vale ressaltar que, apesar de saborosos e nutritivos, a maioria das comidas juninas são hipercalóricas. O segredo é comer com moderação”, finaliza a nutricionista.