ESTÂNCIA: HÁ 51 ANOS ACONTECIA A INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO A GUMERSINDO BESSA - ATO CÍVICO DE GRANDE VALOR HISTÓRICO
Publicada em 03/06/21 às 15:40h - 534 visualizações
Atribuna Cultural
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Monumento na Rua Capitão Salomão (Foto: Magno de Jesus) (Foto: Atribuna Cultural)
Escutamos bastante soar o nome de Gumersindo Bessa, quando numa das mais importantes ruas centrais de Estância, também na frente de uma escola da rede estadual e ainda no Fórum da capital sergipana, existe o nome gravado com a lembrança do jurista estanciano, Gumersindo Bessa.
Recentemente perguntamos a uma estudante, que passava por perto, quem foi e o que fez aquele homem que estava naquela estátua, no centro da Rua Capitão Salomão? Não sabendo responder, a jovem calou-se.
Nas nossas escolas, pouco se prega sobre a história dos inúmeros estancianos que fizeram por essa cidade, Estado e pelo país. Inclusive o do estanciano, Raymundo Souza Dantas, que foi o primeiro embaixador afrodescendente do Brasil, na África. Não se tem nada dele em Estância.
Gumersindo de Araújo Bessa, nasceu em Estância, a 2 de janeiro de 1859, um dos vultos ilustres de Estância que se destacou como jurisconsulto eminente e jornalista. Foi Desembargador e Presidente do Tribunal de Apelação de Sergipe. Advogou a causa dos acreanos na famosa Ação de Reivindicação do Território do Acre, pelo Estado do Amazonas, enfrentando com excepcional brilhantismo o talento de Rui Barbosa. Foi deputado à Assembleia Provincial na última legislatura do Império e deputado federal em 1909. Faleceu em 24 de agosto de 1913.
A sua terra natal, Estância, recebeu no dia 1º de março de 1970, como símbolo da sua cultura o monumento do notável jurista, que está erguido no centro da Rua Capitão Salomão. O jornal da época, "Folha Trabalhista", relatou "o motivo de orgulho, para os estancianos, apreciar na principal artéria, perpetuada no bronze, a figura de um dos mais ilustres e mais dignos filhos já nascidos na terra do Piauitinga."
Primeiro de março desse mesmo ano, era lembrada a passagem do primeiro centenário do término da Guerra do Paraguai. O ato ao monumento, que foi solene, contou com a presença das mais altas autoridades do município e do Estado, que vieram a Estância, trazer o seu apoio à iniciativa do Dr. Urbano de Oliveira Lima Neto, o qual viu assim realizado um seu velho sonho, pelo qual lutou decididamente.
A 'Folha Trabalhista', registrava nas suas páginas, que a obra do monumento a Gumersindo Bessa, "é do escultor Honório Peçanha, em posição de orador, de beca, forte e resoluto, honra deveras o nome do maior dos escultores."
Cerca de cem pessoas vieram de Aracaju assistir ao que "foi um ato cívico de grande valor histórico, ao qual estiveram presentes quase todos os descendentes de Gumersindo Bessa, entre eles a D. Maria Eugênia Bessa de Menêzes, esposa do professor Godofrêdo Menêzes. Foram oradores dessa solenidade, o Dr. Urbano Neto, pela comissão pró-monumento a Gumersindo Bessa; o professor José de Calazans, da Universidade Federal da Bahia; o prefeito Raymundo Silveira Souza; o jornalista Zózimo Lima e o Dr. Lourival Baptista".
Quem abrilhantou sonoramente a solenidade foi a Lira Carlos Gomes, sob a regência de João Bonifácio. "O prefeito, Raymundinho, no final da solenidade, ofereceu aos ilustres visitantes, em sua própria residência, salgadinhos e bebidas".
O colunista da "Folha Trabalhista", João Izídio dos Santos, descreveu que "toda a cidade vibrou de emoção, inclusive a própria natureza hipotecou sua solidariedade chovendo copiosamente fecundando as flores plantadas em seu derredor".
(*) Por Magno de Jesus - jornalista, radialista e bacharel em Direito
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