Se existem dois nomes que se destacam na ambiência estanciana e em Sergipe como um todo, são eles: Jorge Prado Leite e Ivan Leite. Pai e filho dedicados ao desenvolvimento sócio-político estatal e, acima de tudo, no que concerne à expressiva sensibilidade social que os conecta. Gestão moderna e comprometida possui altivos sinônimos nesses egrégios personagens.
O presente artigo se originou a partir de pesquisas realizadas acerca de algumas personalidades que marcaram Sergipe como jamais se viu na História recente, em especial, concluído para ser publicado na semana que demarca o Dia do Trabalhador, datado pelo último dia 1º de maio. Nessas peregrinações sociológicas, percebeu-se logo de cara que uma ilustre Família marca até os dias atuais a cena sergipana: Os Leites. Aqui se focou nas trajetórias de Jorge Prado Leite e seu dedicado filho, Ivan Leite. O visionário Jorge Prado Leite, mítico industrial realizador, nasceu num primoroso dia 19 de junho do ano 1926. Proveniente de uma prole marcada por onze filhos do saudoso e respeitado Senador Júlio César Leite, conhecido como ‘Chefe Invisível’ que contraiu na época belíssimo matrimônio com a sua considerada esposa, Dona Carmem Prado Leite. É necessário frisar que Carmem nasceu da Cruz Prado, filha do obstinado Coronel Gonçalo Rollemberg do Prado, o célebre industrial Gonçalo da Usina Pedras em Maruim e sua esposa, D. Maria Rollemberg da Cruz Prado, mais conhecida como D. Marieta.
Marieta era filha do médico baiano Tomaz Rodrigues da Cruz que era casado com a esbelta Clara Rollemberg, esta que tinha como avó, Maria de Faro Rollemberg, ou Maria do Engenho Topo. Como vimos, Jorge Prado Leite possui origens que remontam à formidável aristocracia sergipana – ele ainda tinha dois notáveis irmãos: Augusto e Fernando do Prado Leite. Os Leite nos faz enxergar e ter compreensão acerca de histórias familiares, políticas e econômicas de Sergipe, pois há mescla com diversas famílias tradicionais em âmbito telúrico, como, por exemplo, os Accioli, Rollemberg, Cruz, Prado, Mello, Sobral dentre diversas outras que se imiscuíam em ligações matrimoniais e parentescos dos mais variados.
Voltando ao nosso retratado, Jorge Prado Leite nasce então numa casa localizada na mitológica Avenida Ivo do Prado em Aracaju. Seus primeiros estudos se deram aos efervescentes onze anos de idade, em Fortaleza, na Escola Militar do Ceará. Um ano depois, aos doze, se muda para Minas Gerais, onde estudou de maneira interna no clássico Colégio Cataguases Leopoldinense, e de lá manteve lembranças salutares, frutos dos marcantes doces mineiros e amizades que angariou com as famílias e os amigos que tão bem o acolhiam nos finais de semana, e, claro, como um bom namorador que era não poderia jamais deixar de lado as conquistas amorosas.
Sucedâneos anos Jorge Leite muda-se então para São Paulo, para o internato do tradicional Colégio Mackenzie, do qual devemos realçar suas boas memórias. Serviu de forma exemplar ao CPOR, o Centro Preparatório de Oficiais da Reserva, Exército. Para quem pensa que isso foi um estorvo para ele, está muito enganado, pois Jorge Prado Leite sempre possuiu uma personalidade disciplinada. O que te atrapalhava mesmo eram as atividades físicas, por não ser muito habituado a elas. Buscou refúgio nos livros, na biblioteca, estudando com afinco o que lhe proporcionou já aos 19 anos de idade ingressar na tão invejável Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Este seu admirável ingresso foi fator que muito o orgulhou durante toda sua esmerada vida. Chegou a ser aluno de Lucas Nogueira Garcez, que viria depois a ser Governador de São Paulo e Ministro da República, um dos maiores cérebros desenvolvimentistas do cenário brasileiro naquela época Pré Juscelino Kubitscheck. Para termos uma ideia, no tempo em que frequentou a Escola Politécnica da USP, conviveu com jovens que logo depois se tornariam governadores de São Paulo: Mario Covas e Paulo Maluf. Jorge Prado Leite chegou a concorrer com este último em eleição para o Grêmio da Escola, e ressaltemos: venceu. Este importante episódio em sua admirável trajetória, já nos faz compreender sua inexpugnável capacidade para liderar e aglutinar as pessoas ao seu redor. Como sendo Presidente dessa Agremiação Estudantil, e vindo de outro Estado para morar em São Paulo, Jorge Leite conhecia de perto os empecilhos que enfrentavam os demais alunos que eram provenientes de outros interiores e Estados brasileiros.
Dito isto, Jorge Prado Leite já se empenhara tanto nessa época que chegou a viabilizar a construção da Casa do Politécnico. Obteve um enorme sucesso nesta nobre empreitada, chegando a ter edificado um prédio de 11 andares que, ao ter concluída irretocável gestão, se encontrava no sexto pavimento e com recursos assegurados para a sua finalização. O ano de 1950 marca uma data importante na sua vida: Já tendo concluído o seu curso de Engenharia Civil, retorna a Sergipe a convite do seu pai Júlio Leite, que precisava do seu auxílio para gerir a imponente Fábrica Santa Cruz uma vez que, como senador, teve que ir morar no Rio de Janeiro.
Este decisivo ano marcou também o tempo em que conheceu o amor da sua vida, Angelina, esposa dedicada e mãe admirável que o fez crescer ainda mais como Ser Humano. Seis anos depois, em 1956, três episódios delineiam sua trajetória existencial: O seu time do coração, Santa Cruz, conseguiu ser campeão estadual no primeiro campeonato desta abrangência, sendo depois nos anos de 1957 a 1960. Neste mesmo entremeio de 1956 foi fundada a sua antológica empresa, Companhia Sul Sergipana de Eletricidade, a famigerada Sulgipe – fornecedora de energia elétrica no sul do estado e até então de dois municípios da Bahia. Devemos descortinar que esta empresa foi fundada quando a energia de Paulo Afonso era ainda um sonho dos mais longínquos. Foi também o ano em que nasceu seu destacado primogênito, Ivan Leite.
No dia 05 de maio do ano 1964, Jorge Prado Leite perdeu sua querida mãe, Dona Carmem, e nesse mesmo dia ocorreu a destruição da Fábrica Santa Cruz por uma tragédia caracterizada pela dantesca enchente dos rios Piauí e Piauitinga. Apesar desses reveses, Jorge Prado Leite provou que sua obstinação não conhece limites, pois pelo seu destemor e atividade empreendedora, num 1º de maio do ano 1967 – inaugurou a primeira estação de rádio do interior de Sergipe, a famosa Rádio Esperança, numa data que se observarmos bem, marca a sua afeição explícita pelos trabalhadores, que assim, como ele, honra e dignificam a atividade laboral que garante dignidade aos Homens.
Em sua aprazível esfera doméstica, deixou um Legado tão indescritível de ações e ensinamentos que resultaram nos exitosos filhos: Ivan, Marcelo e Adriana. Vale destacar os seus amados netos, Jorge, Yvette, Júlia e Luiza, e claro, não podemos esquecer, o bisneto Pedro Jorge genuíno xodó da Família Leite. A perseverança infatigável de Jorge Prado Leite é digna dos mais altivos louvores. O Homem que pautou sua vida por metas cumpridas, fez do empreendedorismo social e ecológico seu mais vital objetivo, continuado habilmente por um dos seus filhos, Ivan Leite que iremos destrinchar aqui.
Na Família Leite, podemos afirmar que o tradicional desabrochar de liderança sempre foi algo edificante entre essa refinada estirpe. A disciplina fomentada por Jorge Prado Leite aos filhos é algo indelével de se registrar. Desde o berço, o beija-mão era algo comum – costume cultivado por D. Carmem que conduzia habilmente esse sagrado rito de progenitura. O ensejo de se construir um líder, encetado pela cultura do respeito à hierarquia são aspectos comumente compartilhados entre as dinastias familiares sergipanas. O pai para filho entre os Leite é seguido à risca desde o Gênesis bíblico. A admiração em torno de Jorge Leite foi e continua sendo mantida ao longo da existência de todos os familiares, pois sua maneira de agir, serena, segura, zelosa e repleta de sabedoria se tornou espólio para sucedâneas gerações.
Prova disso é quando foi Conselheiro do CONDESE, o que suscitava admiração por sua fidalguia e competência. Sempre carregou consigo o lema de que para haver desenvolvimento é necessário energia, e isso ele teve de sobra. Em 1986, Jorge Leite obteve seu certificado no curso de jornalismo da UNIT, ao lado de alguns colegas, dentre os quais, podemos destacar a figura de Marcos Cardoso, o lendário editor do tradicional Jornal da Cidade. Como se não bastasse, Jorge Leite ainda foi homem preocupado com o Meio Ambiente, tendo sido pioneiro na preocupação ecológica. Chegou a transformar sua Fazenda Crasto numa reserva, num tempo, diga-se de passagem, em que eram raríssimos os que se preocupavam com a conservação da flora e da fauna.
Dito isto, podemos nos situar agora em dias hodiernos na respeitável trajetória do seu filho Ivan Leite que bebeu no manancial de sabedoria da figura paterna. Engenheiro eletricista, exímio administrador empresarial, político nato e defensor incansável da natureza, Ivan se ratifica como sendo um dos Homens mais ardorosos no que se refere ao efetivo desenvolvimento de Sergipe e, em específico, do cenário estanciano. Nasceu em janeiro de 1956, fazendo História em Estância onde ascendeu tanto em âmbito político quanto em sua seara como profissional. Ivan Leite é digno dos mais altivos elogios, pois assim como seu nobre pai, possui uma trajetória singular, na medida em que é reconhecido como uma Referência indiscutível na indústria sergipana e na política estadual.
Ivan Leite, em sua amável esfera doméstica, contraiu belas núpcias com a respeitada Adriana Oliveira Leite bacharela em Direito, que possui um trabalho educacional paradigmático e símbolo dos Direitos da Mulher que lhe instilou o amor e estímulo necessários para que se tornasse o vitorioso Homem que conhecemos hoje. Consecutivamente foi um cara irrequieto para os estudos, tanto é que trás consigo o ensino infantil finalizado na Escola da Fábrica Santa Cruz, em Estância. No nível primário, fez com devido esmero no Educandário Brasília, em Aracaju. Quanto ao Ginásio concluiu o 1º Ano no Colégio de Aplicação, este também na capital sergipana, e o 2º e 3º Anos, em São Paulo no Colégio Mackenzie.
Foi justamente no Mackenzie, que Ivan Leite se formou no científico, hoje conhecemos sendo o ensino médio. Herdeiro do fundador da Companhia Sul Sergipana de Eletricidade (Sulgipe) – uma das empresas mais importantes e conceituadas da Região Nordeste, escolheu sabiamente por cursar Engenharia Elétrica. Formou-se na renomada Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – angariando depois diversos certificados e cursos que lhe garantiram ainda mais conhecimento sobre a indústria elétrica. Realizou Mestrado, tudo para manter-se constantemente atualizado e poder tornar a Sulgipe uma renomada empresa consonante à modernidade.
No ano de 1980, Ivan Leite obteve outra graduação em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Frise-se: Três décadas após, Ivan Leite se forma ainda em Direito no ano de 2013 pela Universidade Tiradentes (UNIT), no Campus Estância. Dentre suas diversas atividades profissionais, podemos elencar as seguintes: Radialista da Rádio Esperança, em Estância, diretor do Planel fabricação de artefatos de concreto, transformadores de energia elétrica e elaboração de projetos e execução dos serviços; Secretário de Estado da Indústria, Comércio e Turismo de Sergipe, no período entre 1995 a 1998, durante o Governo Albano Franco; Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de Sergipe (SEBRAE/SE), nos anos de 2001 a 2002; além-claro da bem-sucedida carreira como modelar Prefeito de Estância e Deputado Estadual.
Vale destacar que no âmbito social, Ivan Leite se destaca também pela Presidência e Fundação do Rotary Clube de Estância. Além disso, foi Presidente da Associação Comercial de Estância, entidade esta mantenedora da Escola Técnica de Comércio daquele município. Ivan Leite se mostra para toda Sociedade sergipana como um Homem moderno e empreendedor. Como observamos suas múltiplas atividades exercidas com honestidade ao longo da sua fascinante vida, nos faz enxergar nele um brioso nome que enaltece não apenas Estância, como também todo Estado de Sergipe.
Podemos afirmar, indubitavelmente, que os Leites, em especial, os Doutores Jorge Prado Leite e Dr. Ivan Leite – possuem o objetivo comum de servir bem a todos os conterrâneos sergipanos, pois tudo que põem como meta eles cumprem com a mais alta precisão, pautada por integridade, honestidade e, nomeadamente, compromisso solidário. No caso de Ivan Leite, por exemplo, são poucos que conseguem aliar a inteligência de um poeta com a firmeza de um Líder coadunada a uma pueril simplicidade que destrincha o Homem marcante que é no cenário sergipano em geral. Tanto Jorge Prado Leite quanto Ivan Leite colocaram como dever cívico ajudar a população e por isso mesmo, é que possuem laudável altivez merecida.
Conclui-se que nesses nebulosos tempos de crise, a energia emanada pelos Leite se torne fonte imperecível de inspiração a toda Sociedade sergipana que clama por personagens como estes, que edificam real desenvolvimento pessoal e profissional. Não é à toa que tanto Jorge Prado Leite quanto Ivan Leite são respeitados por todos os setores da Sociedade sergipana – Figuras que continuam trabalhando pelo progresso telúrico. Estes são daqueles que colocam a cabeça no travesseiro à noite e dormem com o sentimento de dever cumprido. Vitoriosos por mérito, empreendedores por vocação. Homens que dedicam suas vidas ao engrandecimento de Estância e de Sergipe!
¹ Texto escrito por Igor Salmeron, Sociólogo - Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS-UFS), com pesquisas financiadas pela FAPITEC/CAPES e faz parte do Laboratório de Estudos do Poder e da Política (LEPP-UFS). Membro vinculado à Academia Literocultural de Sergipe (ALCS) e ao Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras (MAC/ASL). E-mail para contato: igorsalmeron_1993@hotmail.com
