As empresas responsáveis pelo abastecimento de oxigênio hospitalar para Sergipe estão em situação preocupante. A informação é do Ministério Público Federal (MPF-SE) que, ao longo da semana, obteve dados indicando que a alta demanda pelo insumo tem levado as fornecedoras ao limite da capacidade de produção.
Como F5 News mostrou no meio da semana, o monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), indicava Sergipe como o terceiro Estado do país com o menor nível de fabricação e demanda de oxigênio. Atualmente, 808 pessoas estão internadas em tratamento contra covid-19 nos hospitais sergipanos.
Ao MPF, a empresa CR Oxigênio, que atende unidades de saúde da rede pública e privada de Sergipe com oxigênio medicinal fabricado pela empresa Messer, na Bahia, sinalizou que houve aumento significativo do consumo nos últimos 15 dias, o que levou à necessidade de recolhimento do produto em outra planta da fabricante, no Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a nova logística de transporte do oxigênio até Sergipe leva cerca de cinco dias em cada viagem, com aumento do risco de intercorrências.
A distribuidora também informou que até o momento os entes públicos não apresentaram uma projeção de consumo de oxigênio medicinal para as próximas semanas, baseada no quantitativo total de pontos de consumo de oxigênio, considerando as variações de níveis de consumo que decorrem da criticidade do paciente e do tipo de equipamento utilizado.
Já a White Martins, fornecedora de oxigênio medicinal para seis hospitais privados sergipanos, apontou que houve um aumento de mais de 200% do oxigênio líquido na região. A empresa também informou que seguia atendendo toda demanda de seus clientes, ainda que dentro de uma logística bastante intensificada.
Com base nessas informações, o MPF reiterou os ofícios já enviados com pedidos de informação à Secretaria de Saúde de Sergipe e à Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, que segundo o Ministério, ainda não foram respondidos.
No documento, o MPF pede que as Secretarias adotem as medidas de prevenção e adequação necessárias para garantir o abastecimento de toda a rede pública de Saúde. O MPF cobra dos órgãos públicos que elaborem um plano de ação para o monitoramento contínuo da produção, do consumo e do armazenamento de oxigênio medicinal no estado. O prazo para as secretarias enviarem resposta é de três dias.
O F5News procurou as Secretarias de Estado e Municipal da Saúde, mas não obteve retorno das pastas até a publicação desta notícia. O espaço segue à disposição.