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Sergipe

APESAR DAS MELHORIAS, QUALIDADE DA ÁGUA DOS RIOS EM SERGIPE AINDA É PRECÁRIA

A conclusão é do estudo Observando os Rios 2021, da ONG SOS Mata Atlântica

Publicada em 24/03/21 às 10:13h - 419 visualizações

Laís de Melo*


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APESAR DAS MELHORIAS, QUALIDADE DA ÁGUA DOS RIOS EM SERGIPE AINDA É PRECÁRIA
 (Foto: Will Rodriguez/ F5 News)
Uma análise feita pela organização não governamental SOS Mata Atlântica mostra que a condição ambiental encontrada em 73% dos trechos de rios monitorados neste bioma ainda é precária. Conforme o projeto 'Observando os Rios 2021' apurou, entre os 77 trechos dos rios, distribuídos por 130 pontos de coleta de amostras das águas, 73,1% apresentaram qualidade de água regular, outros 16,9% ruim e somente 10% estão em boa condição. O levantamento não identificou corpos d'água com qualidade ótima, por outro lado, também não foi observada qualidade de água péssima.  

Em Sergipe, seis trechos passaram por análises: rios Poxim, Sergipe e Vaza Barris, ambos em Aracaju, além do rio Cotinguiba, no município de Laranjeiras, Rio do Sal, em Nossa Senhora do Socorro, e o rio Poxim no trecho que corta o município de São Cristóvão. Apenas este último apresentou qualidade de água ruim entre as amostras, e as demais tiveram resultado de qualidade regular em 2020. No entanto, em 2021, até fevereiro, esse trecho do rio Poxim em São Cristóvão apresentou uma melhoria da qualidade da água, passando de ruim para regular. 

Além de Sergipe, de acordo com o relatório, os resultados obtidos apontam tendência de melhorias na qualidade da água nos pontos de coleta também nos estados de Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco e São Paulo. No entanto, há comprometimento em corpos d'água da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e também em São Paulo. 

"Os dados revelam um quadro de alerta e permitem apontar a fragilidade da condição ambiental de mais de 70% dos principais rios monitorados. A qualidade regular da água obtida em 95 pontos demanda atenção especial dos gestores públicos e da sociedade. O índice de qualidade da água ruim, obtido em 22 pontos monitorados, mostra que ainda estamos muito distantes das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 e da universalização do saneamento básico, preconizadas para 2030 e 2033, respectivamente", aponta a pesquisa. 

Ainda conforme o SOS Mata Atlântica, alguns rios apresentaram altas temperaturas, em alguns casos chegando a 30ºC ou mais, o que acende o alerta sobre os impactos das mudanças do clima, bem como eventos climáticos, a exemplo de período de seca prolongada nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país, também afetaram os rios da Mata Atlântica. Preocupam também os temporais esporádicos que provocaram alagamentos em áreas urbanas - mas com chuvas insuficientes para reabastecimento de mananciais e reservatórios que atendem regiões metropolitanas como as de Curitiba e São Paulo. 

A preocupação diante da precariedade da qualidade das águas dos rios e mananciais, que abastecem bacias hidrográficas brasileiras, é ainda maior quando se olha para o cenário de pandemia de covid-19. Conforme reitera o relatório, o acesso à água em qualidade e quantidade, além de ser um direito humano essencial à vida, se tornou ainda mais urgente nesse contexto, quando lavar as mãos e adotar medidas de higiene passaram a ser formas de prevenção. 

"A crise sanitária deixou mais evidente a necessidade de ações emergenciais voltadas à população em vulnerabilidade e sem acesso à água e aos serviços de saneamento básico", alerta a pesquisa.



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