Dizem, ou eu criei, não sei ao certo, que a boa poesia, boa de verdade, nasce da alma sofrida do poeta.
Tento por impulso intrínseco ao meu ser, escrevinhar aqui, acolá, sobre belezas e horrores, que os vejo da janela, na televisão, nas gostosas páginas de um livro, ou donde estou deitado, sentado, em pé.
Após a cortada certeira, que levou os adversários ao chão, não duma briga de facas, mas num jogo de voleibol, os saltos, sequenciados de legítimos e alegres abraços dos companheiros de time são recordações indeléveis em que busco hoje conforto.
Que falta, de doer no peito, faz o abraço de doer no peito!
Triste ironia.
As dores da África ao Haiti, das favelas ao sertão, continuam a existir matando de fome e doenças, milhões, levando multidões ao conformismo, mas sem conseguirem aniquilar a esperança.
Como quero continuar a ser um escritor medíocre!
Só de pensar nela, a dor na alma, do medo de perder a esperança, é assustadora.
(*)Ivan Leite
20/03/2021
Antes das 07:00 da manhã