O governo de Sergipe terá a possibilidade de adquirir até 2 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. A informação é do governador Belivaldo Chagas (PSD). O Estado só não bateu o martelo ainda por causa do custo para compra do imunizante, avaliado em R$ 120 milhões. O Tesouro estadual não dispõe da totalidade desse recurso, atualmente.
A negociação faz parte do acordo feito pelo Consórcio Nordeste, grupo formado pelos nove Estados da região, que na semana passada fechou a compra de 37 milhões de doses da vacina, que é feita pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Outros estados, como Ceará e Bahia, já formalizaram a aquisição junto ao Fundo Soberano Russo.
A quantidade de vacinas a serem adquiridas será definida por cada governo estadual. No caso de Sergipe, o chefe do Executivo informou que está avaliando qual será a capacidade de compra. Caso o contrato seja formalizado, as primeiras doses poderão chegar a Sergipe no mês de abril.
Ainda segundo Belivaldo, como pelo acordo qualquer aquisição de vacinas será incorporada ao Programa Nacional de Imunização (PNI), a eventual quantidade comprada será abatida de futuras remessas a serem enviadas pelo Ministério da Saúde ao Estado.
“Também não está garantido que a União fará o ressarcimento do valor pago. Ou seja, eu deixo de ter a vacina enviada pelo Ministério da Saúde, que é uma obrigação. Mas uma coisa é certa, se não tiver de um jeito, vai ter de outro. Não estou querendo colocar a minha responsabilidade em ninguém, mas o atraso na vacinação é por conta da falta de planejamento do governo federal”, afirma o governador Belivaldo Chagas.
Desde o começo da campanha de imunização contra covid-19, em 18 de janeiro, Sergipe recebeu mais de 173 mil doses de vacinas do Ministério. A vacinação, contudo, foi suspensa em Aracaju nesta terça-feira (16) pela falta de novas doses.
O Ministério da Saúde também vai comprar a vacina Sputinik V, conforme anunciado pela pasta na sexta-feira passada (12). A União deve adquirir 10 milhões de doses do imunizante.
A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a Covid-19, segundo resultados preliminares publicados na revista científica "The Lancet", uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.
No entanto, ainda não houve liberação da vacina por parte da Anvisa. Vice-presidente da União Química, representante da vacina no Brasil, Miguel Giudicissi afirmou que a empresa está reunindo os documentos solicitados pela agência reguladora para avaliação.