Secretaria de Estado da Saúde (SES) recebeu nesta segunda-feira, 22, do laboratório Fiocruz, a confirmação de um paciente hospitalizado com Covid-19, infectado com a variante brasileira P.1, inicialmente identificada em Manaus (AM). A nova cepa foi identificada, no início do mês de fevereiro, a partir da análise de amostras de um sergipano que trabalha em Manaus.
O paciente, mecânico de aeronaves, chegou à capital sergipana em 22 de janeiro com sintomas gripais e ficou de imediato em isolamento domiciliar, segundo atestam familiares. Os sintomas persistiram, ele procurou atendimento em um hospital particular, onde ficou internado. Na UTI foi sedado e entubado. Evoluiu bem e no dia quatro de fevereiro recebeu alta. Todos os seus contactantes e familiares foram submetidos ao PCR, cujo resultado foi negativo para a Covid-19.
“Nesse momento ainda é um fato isolado, um caso importado mas a vigilância laboratorial continua com outras amostras. A Secretaria de Saúde, através do Laboratorio Central, tem feito a vigilância laboratorial dos casos Covid-19 para detectar a presença de variantes de interesse no estado. Essa vigilância possibilita identificar precocemente os casos, orientar corretamente o isolamento de pacientes e reconhecer cedo uma possível transmissão de linhagens de interesse”, disse o diretor de Vigilância em Saúde, Marco Aurélio Góes.
Vigilância laboratorial
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vem realizando vigilância laboratorial para detectar no estado a presença e circulação das variantes do novo coronavírus de interesse mundial, dentre as mais de 800 descobertas. São elas a P1, de origem brasileira, a B.1.1.7., do Reino Unido e a 501.V2, da África do Sul, que têm a capacidade de se espalhar com mais facilidade do que outras versões do vírus.
A vigilância laboratorial mostra que apenas as linhagens: B.1.1.7., do Reino Unido, com registro de circulação em estados como a Bahia, e a 501.V2, da África do Sul, não foram identificadas em Sergipe.
A circulação de várias linhagens do vírus em época de pandemia é comum, especialmente, quando se trata de um vírus respiratório. A vigilância laboratorial é feita a partir da parceria com os laboratórios de referência nacional Fiocruz, no Rio de Janeiro e o Lacen, da Bahia. “Enviamos um mínimo de três amostras por semana para os laboratórios fazerem a investigação de novas variantes em circulação, a partir do sequenciamento genético do vírus”, disse o superintendente do Lacen, o farmacêutico bioquímico Cliomar Alves.
A seleção das amostras segue critérios como ter carga viral alta, ter o portador do vírus estado em área onde circulam as variantes de interesse, a exemplo de João Pessoa, Manaus, Rio, São Paulo, Inglaterra e África e ser contactante de pessoas que adquiriram o vírus e estiveram nas áreas de risco destas novas linhagens.