Apesar de leve crescimento de 0,2% no setor de serviços no mês de novembro de 2020 em comparação ao mês de outubro do mesmo ano – quando registrou um crescimento de 2,8% –, Sergipe acumula um recuo de 15,01% em relação a novembro do ano passado. A plena recuperação dessa importante área que tem maior participação no Produto Interno Bruto (PIB) e que mais emprega vai depender da vacinação contra o coronavírus e também do fim das imposições de isolamento social. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda segundo o IBGE, no acumulado de 2020 (jan- -nov) também houve retração (-15,6%). No acumulado nos últimos 12 meses, o cenário sergipano de retração segue ocorrendo, com um recuo de -14,3%. “Mesmo com índices de recuo no setor de serviços em Sergipe, é importante ressaltar que em 2020 o setor passou por diversas instabilidades. Por exemplo, em abril, seu recuo foi de -14,8% (o menor registrado no ano). Somente a partir de julho de 2020 o setor de serviços começou a se recuperar (2,9%), sendo que o resultado atingido em novembro é o 5º consecutivo de crescimento (0,2%)”, declarou o instituto. O economista e dirigente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos em Sergipe (Dieese), Luis Moura, explica que o setor de serviços é o que mais emprega e que tem maior participação no PIB do Estado de Sergipe e do Brasil, mas também foi o setor mais atingido pela crise econômica.
Segundo ele, os números do IBGE mostram que o setor não recuperou a sua capacidade porque crescimento de 0,2% de novembro comparado a outubro mostra que não houve recuperação, isso é um fato, pois o isolamento social impõe restrições de uma série de serviços. “Por isso, quando se compara novembro de 2020 com novembro de 2019 há uma queda de mais de 15% nesse setor aqui no Estado. A recuperação do setor de serviços vai depender da recuperação da atividade econômica e do início da vacina contra a Covid-19 para que essa área volte a operar plenamente”, ponderou.
O especialista alerta que com a chegada da segunda onda da Covid o horizonte de recuperar a economia está longe de acontecer plenamente nos próximos meses. “Quando olhamos o cronograma de vacinação, a ideia do governo é começar dia 25, mas limitado inicialmente ao pessoal da área da saúde, e que talvez seja o setor de serviço mais demandado hoje por conta justamente da pandemia”, disse.
Além deles, segundo Moura, vão ter prioridade na vacina os profissionais da educação e depois outros grupos, para vacinar o resto da população vai depender do quantitativo de vacina como também de vencer as etapas de todo o cronograma. “O que é ruim, dado que o setor de serviços tem maior participação no PIB dos estados e do Brasil e também nos empregos gerados, enquanto não houver recuperação plena desse setor os números serão muito tímidos. Sergipe cresceu 0,2%, mas o Brasil cresceu 2,6%, por isso mesmo não tem como fazer análise mais profunda do setor sem levar em consideração a vacinação e o isolamento social”, finalizou o economista Luis Moura.