Há 12 meses no comando e HRAM com nova cara, Paulo Roberto Daltro de Carvalho, interventor do Hospital Regional Amparo de Maria, da cidade de Estância, substituiu os interventores Zé Magno e Joaldo dos Santos, que foram indicados pelo Governo do Estado e pela Justiça. Daltro, hoje é o único interventor do HRAM, que foi indicado pelo Poder Judiciário. O que dois interventores faziam no hospital, hoje somente ele vem fazendo.
Na entrevista que concedeu na manhã desta segunda-feira, 30, ao radialista Théo Baptista (rádio Esperança), o interventor disse que seu nome surgiu para dirigir o HRAM, pelo fato do governador Belivaldo Chagas não querer colocar um nome local, ou seja, um nome de Estância, para não haver ingerência política, e ele entrou como um nome técnico.
Daltro relatou que, de início, quando foi tratar de assuntos com os funcionários e fornecedores do HRAM, ele tratou todos de forma igual, também pelo fato de não conhecer a cidade e ainda por onde já passou, tratou-os de forma igualitária.
Uma das principais atividades que sua administração empregou no HRAM, foi cem por cento dos plantões abertos, atendendo à população. “Não foi reforma de prédio nem outra coisa, para mim o atendimento à população de Estância e da região sul do Estado é fundamental”, destacou.
Paulo disse, que quando assumiu a direção do HRAM, encontrou 28 milhões de dívidas na Casa de Saúde, pós-intervenção. “O que gerou a intervenção foi um débito de 100 milhões, pode ser um pouco mais, pode ser um pouco menos”, disse. Ele acrescentou que pegou um quadro de funcionários desmotivados e muitos prestadores de serviços desacreditados com o Hospital Amparo de Maria.
De acordo com Daltro, por mais que o HRAM preste serviço público, mas ele é um hospital privado. “Ele é uma entidade filantrópica, não tem fins lucrativos e presta serviços para o Estado”, informou.
Assim que assumiu o HRAM com essa dívida alta, o novo interventor disse que chamou todos os funcionários e anunciou que eles ganham pelo que produzem então todo final de mês, o HRAM apresenta ao Estado o que produziu, e o Estado paga pelo serviço prestado. “Quando eu peguei a direção foi uma das maiores crises que o HRAM já tinha enfrentado (greve dos trabalhadores e maternidade fechada), e eu apresentei essa realidade para os funcionários: se vocês estão parados em greve, significa que o hospital não está produzindo, então como é que no final do mês o HRAM vai ter dinheiro para pagar a vocês”, lembrou Daltro.
Depois de um entendimento, o novo interventor se comprometeu a quitar todos os débitos com os funcionários do HRAM. “Eles compreenderam esse momento e essa realidade, e a partir daí, foram retomados os serviços e no nosso compromisso, eu venho pagando salário e férias em dia”, disse.
Quanto aos salários, férias e décimos que existem sem pagar desde 2017, Daltro disse que estão na faixa de dois milhões.
Atualmente o HRAM tem oferecido os serviços de maternidade (ultrassom, cardiotopógrafo, centro cirúrgico, anestesia), fortalecimento da tomografia, ultrassonografia, raios x (digitalizado). “O que levou o HRAM a esse colapso foi essa dependência do SUS, porque quando não faturava não tinha recurso”, disse.