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Sergipe

AS INESQUECÍVEIS FESTAS DO CRASTO

Festa religiosa de São Pedro envolve corrida de canoas e procissão fluvial.

Publicada em 06/08/20 às 12:43h - 650 visualizações

Atribuna Cultural


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AS INESQUECÍVEIS FESTAS DO CRASTO
 (Foto: Atribuna Cultural)

Embora seja estanciano e o povoado do Crasto se distancie da nossa cidade aproximadamente 15 Km, eu não conhecia o belo local, e só tinha conhecimento através das leituras dos velhos jornais estancianos, que descreviam sempre as maravilhosas festas financiadas e organizadas pelo grande benfeitor, o comendador, João Joaquim de Souza Sobrinho, que era diretor da Fábrica Industrial Santa Cruz e chefe principal da conceituada firma da praça de Estância, “Souza Sobrinho & Cia”, que para ali, anualmente se dirigia acompanhado da sua família e comitiva de amigos empresários baianos, para usufruir do encantador vilarejo de pescadores onde transmite até hoje uma paz poética.

Como conheço um pouco da vida do capitalista industrial, e sendo também um grande administrador da sua carreira empresarial, João Sobrinho representa para mim, um símbolo de dinamismo renovador.

Fui levado para o Crasto pelo meu primo Marcelo Teixeira, onde procurei seguir o roteiro do saudoso comendador pelos caminhos pitorescos que fizeram parte das suas andanças periódicas quando das suas férias anuais.


Em primeiro lugar me aproximei da casa onde ele ficava e recebia de coração aberto a população crastense que vinha prestar-lhe saudações de boas vindas. Não conseguir vê-la, tive o desprazer de encontra-la protegida por um grande muro e portão, que separa a residência do outro lado da vila.

Depois subi a colina, para visitar a velha e histórica Igreja do Senhor do Bonfim, que tantos momentos de isolamento interior proporcionou ao antigo proprietário da pioneira Fábrica Santa Cruz. Examino a bela obra arquitetônica onde outrora projetou seus raios espirituais para os nativos e visitantes que, para ali muitas vezes se dirigiram para fazer parte dos cultos religiosos.

Continuei a observar detalhadamente sua fachada, suas laterais e fundos. Me aproximei do seu interior e me extasiei na beleza da sua arquitetura que merece ser tombada para ser recuperada, pois sua estrutura ante a minha observação, se encontra bastante forte, precisando apenas que autoridades competentes e o povo, se interessem em reformar tão precioso templo religioso, onde ali se descortina uma espetacular visão panorâmica do lugar e que muitas histórias tem a contar.

 

No tempo do comendador João Joaquim de Souza Sobrinho, na capela do povoado Crasto, município de Santa Luzia do Itanhy, festejava-se geralmente no último domingo de janeiro a festa do Senhor do Bonfim, orago do lugar. Era o comendador praticamente o proprietário do local e mantinha pelo mesmo um carinho todo especial (embora residisse em Salvador), e anualmente, junto à sua família, não poupava sacrifícios para dar vida e brilhantismo à festa, que atraía os moradores da terra e circunvizinhança.

Muitas vezes o coronel Cantidiano Vieira cedia gentilmente a Filarmônica da Usina Castelo para tocar no evento, que era geralmente dirigida pelo maestro Antônio Ayres, proporcionando alegria e prazer àquelas festas do passado.

O colorido do local, transmitia uma felicidade sem par ao velho comendador, quando o mesmo via o movimento das canoas, encostando naquela aprazível praia, trazendo dezenas e famílias para tomarem parte nos festejos.

Da Fábrica Santa Cruz, em Estância, partia a lancha a motor de gasolina, por nome de “Maria Auxiliadora”, de propriedade da empresa, que rebocava uma barca na condução de muitos operários da referida indústria e pessoas outras da cidade de Estância, a exemplo dos anos anteriores.

Erguida naquele montículo, em frente a maré, a linda capela apresentava deslumbrante decoração, acentuada pelas palmeiras ornamentais, em sua frente, exibindo uma paisagem de uma beleza inesquecível. Ali, os fiéis participavam da missa da manhã com uma satisfação sem limites. Casamentos eram celebrados especialmente programados para este dia. Aquela data do ano representava o escapismo das suas rotineiras atividades para projetarem para fora um pouco de alegria. Ao terminar a solenidade cristã, uma festa à parte manifestava-se com o disparo para o alto de diversos tipos de foguetes, que os assistentes levavam mais de meia hora para poderem deixar a Igreja.

Ao meio-dia, era oferecido o esperado almoço aos presentes, composto de pratos variados secundados por diversos tipos de frutas servidos impecavelmente pelos responsáveis da copa. A família Sobrinho tinha orgulho e sabia valorizar a festa.

Extraído do Jornal Sul de Sergipe – 1995




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