Mataraca, uma cidade no interior da Paraíba com cerca de 8.300 habitantes, chamou atenção nacional com a promessa de um investimento gigantesco vindo da China. Estava prevista a aplicação de R$ 9 trilhões para transformar a cidade em um centro de desenvolvimento global. Porém, esta ambiciosa iniciativa foi abruptamente cancelada devido a suspeitas de irregularidades.
Localizada próxima à fronteira com o Rio Grande do Norte e abrangendo 174 km², Mataraca possui um PIB de R$ 230 milhões. A economia local é destacada pelo turismo e pela mineração de titânio. Este cenário atraiu o grupo de investidores chineses conhecido como Brasil CRT, que visava implementar um projeto de grandes proporções na cidade.
O PIB relativamente alto de Mataraca para uma cidade de seu porte a tornava um alvo atraente para investimentos grandiosos. O grupo Brasil CRT propôs a construção de um porto offshore e outras infraestruturas modernas que trazessem desenvolvimento e reconhecimento global para a cidade.
O Que Se Prometia com o Investimento?
Em dezembro de 2023, um protocolo de intenções foi assinado por autoridades locais e representantes do governo federal para dar início ao projeto. As promessas incluíam:
Construção de um porto offshore de grande escala
Melhoria da infraestrutura local
Atração de novas empresas para a região
Melhoria na qualidade de vida da população
Apesar disso, o valor de R$ 9 trilhões, muito superior ao PIB do estado da Paraíba e quase equivalente ao PIB nacional, logo gerou dúvidas e controvérsias.
A promotora Ellen Veras Ximenes solicitou à Prefeitura de Mataraca um relatório detalhado sobre o projeto e os documentos firmados com o grupo chinês. Essas investigações apenas aumentaram as suspeitas sobre a viabilidade e autenticidade do investimento.
Com o aumento das suspeitas, os investidores chineses decidiram cancelar o projeto. Jianing Chen, representante do grupo, recusou-se a fornecer maiores detalhes sobre os consórcios envolvidos, o que acentuou ainda mais as dúvidas. O cancelamento desse investimento representa uma significativa perda para Mataraca, mas também destaca a necessidade de transparência e de uma investigação detalhada em empreendimentos de grande escala.
