Vamos juntos entender um pouco sobre o TEA e aprender como podemos apoiar quem convive com o Espectro?
Resumidamente, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que se estende por toda a vida e afeta os indivíduos em graus variados.
Caracteriza-se por dificuldades de interação social, comunicação e padrões repetitivos de comportamento.
E, ao contrário de outros distúrbios, o TEA afeta cada um de um modo diferente, do mesmo que e a gravidade dos sintomas pode variar de leve a grave. Interessante, não é?
Em geral, o TEA é diagnosticado já na primeira infância, embora algumas pessoas possam não receber o diagnóstico até mais tarde na vida.
De modo que é importante observar que não se trata de uma doença ou o resultado de uma má educação, mas sim dede uma condição neurológica que afeta a maneira como o cérebro processa as informações.
O Transtorno do Espectro Autista é classificado em três níveis com base no nível de apoio que um indivíduo necessita em sua rotina diária.
Esses níveis são determinados pela gravidade dos sintomas e pelo impacto que eles têm sobre a capacidade do indivíduo de se comunicar, interagir socialmente e participar de atividades. Vamos conhecê-los mais perto:
O TEA de nível 1, também conhecido como "autismo de alto funcionamento", representa indivíduos que precisam de apoio mínimo.
Eles podem ter dificuldades com interações sociais e comunicação, mas podem funcionar de forma independente na maioria das áreas de suas vidas.
Essas pessoas podem ter um forte interesse em tópicos ou atividades específicas e podem ter mais dificuldades com mudanças na rotina.
De modo que os desafios enfrentados por indivíduos com TEA de nível 1 incluem dificuldades tais como entender sinais sociais, manter contato visual e participar de conversas recíprocas.
Assim como eles também podem ter sensibilidades sensoriais e ter dificuldades com transições ou mudanças em seu ambiente.
Apesar desses desafios, as pessoas com TEA de nível 1 podem levar uma vida plena com o apoio e a compreensão adequados.
O TEA de nível 2 representa indivíduos que precisam de apoio mais substancial, com dificuldades mais acentuadas em interações sociais e comunicação em comparação com o TEA de nível 1.
Os indivíduos nesse nível podem ter fala limitada ou usar padrões de linguagem repetitivos.
Tanto quanto podem apresentar interesses restritos e se envolver em comportamentos repetitivos.
Outros desafios enfrentados por indivíduos com TEA de nível 2 incluem dificuldade para iniciar interações sociais, compreender conceitos abstratos e adaptar-se a mudanças na rotina ou no ambiente.
Também podem depender de suportes visuais ou métodos de comunicação alternativos para ajudá-los a navegar na vida cotidiana.
Entretanto, com o apoio e a intervenção adequados, os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista de nível 2 podem fazer progressos significativos em suas habilidades sociais e de comunicação.
O TEA de nível 3 representa indivíduos que precisam de assistência e apoio substanciais em todas as áreas de suas vidas.
Ou seja, é composto por pessoas que possuem dificuldades graves na sua comunicação social chegando a ter a fala limitada ou nenhuma, por exemplo.
Assim como também podem se envolver em comportamentos repetitivos e ter interesses altamente restritos.
Outros desafios enfrentados por indivíduos com TEA de nível 3 incluem dificuldades significativas na compreensão e no uso da linguagem falada, interações sociais limitadas e um alto nível de dependência de rotinas exatamente sem quaisquer alterações.
Igualmente, podem ter sensibilidades sensoriais que afetam seu funcionamento diário.
De modo que as pessoas que convivem com Transtorno do Espectro Autista de nível 3 precisam de apoio intensivo e intervenções especializadas para ajudá-las na grande maioria das suas atividades diárias.
Os critérios diagnósticos para cada nível de TEA estão descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que é amplamente utilizado por profissionais de saúde para diagnosticar e classificar o autismo.
Os critérios incluem deficiências na comunicação e interação social, bem como a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
É importante observar que a gravidade dos sintomas e o nível de apoio necessário podem variar entre os indivíduos de cada nível.
É necessária uma avaliação completa por um profissional qualificado para determinar o nível adequado de diagnóstico e suporte para cada indivíduo.
Reconhecer os primeiros sinais e os sinais de alerta do Transtorno do Espectro Autista em crianças é fundamental para a intervenção e o apoio precoces. Alguns sinais precoces comuns do TEA podem incluir:
1. Atraso ou limitação no desenvolvimento da fala
2. Falta de atenção conjunta ou interesses compartilhados
3. Comportamentos repetitivos, como bater as mãos ou balançar
4. Dificuldade com interações sociais e comunicação
5. Sensibilidades ou aversões sensoriais
Sobretudo, é importante lembrar que os primeiros sinais de TEA podem variar muito entre os indivíduos, e nem todas as crianças apresentarão os mesmos sintomas.
Portanto, se você se encontra em preocupação com o desenvolvimento do seu filho, é recomendável consultar um profissional de saúde para uma avaliação abrangente.
A intervenção e o diagnóstico precoces desempenham um papel crucial na melhoria dos resultados para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista.
De modo que cada vez mais pesquisas publicadas mundo afora demonstram que a intervenção precoce pode levar a melhorias significativas na comunicação social, no comportamento e nas habilidades cognitivas.
Desta forma, o diagnóstico precoce permite a implementação de suporte e intervenções apropriadas, adaptadas às necessidades do indivíduo.
As propostas de intervenção variam muito, pois, como você já viu, o próprio TEA é bastante diverso.
Assim, os programas de intervenção precoce podem incluir terapia da fala, terapia ocupacional, treinamento de habilidades sociais e intervenções comportamentais.
Em comum, o que essas intervenções têm, é o objetivo de aprimorar as habilidades de comunicação, as interações sociais e a independência.
Com intervenção e apoio precoces, os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista podem desenvolver as habilidades necessárias para levar uma vida plena, significativa, com crescimento e realizações pessoais.
O Transtorno do Espectro Autista pode influenciar a percepção visual das pessoas de maneiras diversas.
Alguns indivíduos com o transtorno experimentam hipersensibilidade ou hipossensibilidade visual, tornando-os extremamente sensíveis ou menos sensíveis a estímulos visuais intensos, como luzes brilhantes ou cores vibrantes.
Isso pode resultar em desconforto visual ou uma falta de resposta a certos estímulos visuais.
Além disso, o processamento visual pode ser desafiador para algumas pessoas com Transtorno do Espectro Autista, de modo que podem ter dificuldade em filtrar e selecionar informações visuais relevantes, enfrentando distração constante ou ou mesmo sentir uma sobrecarga sensorial.
A percepção de faces e expressões faciais também pode ser afetada, dificultando a compreensão das emoções e das interações sociais.
Outra característica é o processamento visual não-linear, no qual alguns indivíduos com Transtorno do Espectro Autista podem focalizar em detalhes, mas têm dificuldade em identificar padrões visuais complexos ou entender a organização espacial em um ambiente, o que pode afetar a compreensão de mapas, diagramas e instruções visuais sequenciais, por exemplo.
Buscar apoio médico especializado, incluindo consultas com médicos, oftalmologistas e terapeutas ocupacionais, é fundamental para lidar com esses desafios visuais específicos do Transtorno do Espectro Autista.
Outra bom recurso é o uso de óculos com filtro anti luz azul, pois ajuda a reduzir a sensibilidade à luz que algumas pessoas com o transtorno podem experimentar.
Esses óculos filtram a luz azul emitida por dispositivos eletrônicos e ambientes iluminados , proporcionando alívio na sensibilidade visual e auxiliando na redução da sobrecarga sensorial.
Há várias opções, instituições, recursos e materiais disponíveis para pessoas com Transtorno do Espectro Autista e suas famílias. Listamos alguns deles aqui abaixo:
1. ABRACI
2. ABRAAC
3. Abades
4. AMA
5. AFETO
6. Manual dos Direitos da Pessoa com Autismo
7. Guia de Orientações Sobre o Transtorno do Espectro Autista
Mais do que tudo, é muito importante que as pessoas da TEA e suas famílias entrem em contato com redes de apoio para acessar os recursos de assistência e amparo de que precisam.
São essas redes de apoio, presenciais e online, que fornecem orientação e compreensão inestimáveis durante toda a jornada de convivência com o TEA.
Concluindo, o Transtorno do Espectro do Autismo é uma condição complexa que se apresenta de diferentes maneiras.
A compreensão dos diferentes níveis de TEA pode nos ajudar a promover maior empatia, compreensão e apoio às pessoas que convivem com essa condição.
Ao reconhecer e respeitar os desafios exclusivos enfrentados por quem convive com TEA, podemos criar uma sociedade mais inclusiva e solidária.
Aumentar a conscientização sobre o TEA é fundamental para quebrar barreiras, reduzir o estigma e garantir que as pessoas com TEA tenham oportunidades iguais para atingir seu potencial máximo.
É sobre não excluir e sobre abraçar, apoiando as diferenças.
Porque quando compartilhamos nosso conhecimento e promovemos o acessível, podemos criar um mundo mais inclusivo e abrangente para as pessoas com TEA e suas famílias.
Juntos, podemos causar um impacto positivo e criar uma sociedade que abrace realmente a neurodiversidade.
Agora convidamos você para vir junto com o SunKids nessa corrente! Compartilhe esse artigo com quem você acha que também vai se interessar pelo tema, afinal, é dever de todos nós construir uma sociedade cada vez mais inclusiva.
Por: Luana Bernardes
sunkids.com.br