Há 33 anos uma parada cardiorrespiratória silenciava Luiz Gonzaga (1912-1989) mas, a rigor, o Rei do Baião seguiu pelas bandas de cá, em verso, prosa e nordestinidade e, vale ressaltar, em alto e bom som, tamanho o eco deixado por ele às gerações que viriam a seguir, de Norte a Sul do País.
Rememorar Seu Luiz, portanto, é saudar a Música Popular Brasileira em toda sua inteireza, é preservar o forró na proporção da grandeza que lhe cabe e resistir às (nem sempre) boas novas que surgem a cada ciclo junino. Luiz Gonzaga do Nascimento foi menino de Exu, cidade da Serra do Araripe, no Sertão Pernambucano. Cantou o Nordeste e encantou o Brasil popularizando gêneros como a toada, o aboio, o xaxado, o baião e o xote.
Gonzaga segue perene e não há risco em afirmar que ele permanecerá insubstituível na alçada de cantador do povo nordestino (e brasileiro), assim como atemporal em sua “Asa Branca”, em sua “Vida de Viajante”, com o “Cheiro da Carolina” a bordo do “Riacho do Navio” ou sob o “Luar do Sertão”.