Ao longo do ano, 183.528 acidentes ocorreram em municípios paulistas. Em seguida estão Minas Gerais (58 mil), Rio Grande do Sul (43 mil), Paraná (41 mil) e Santa Catarina (39 mil).
Para o diretor do escritório da OIT no Brasil, Martin Georg Hahn, a atualização dos dados sobre segurança e saúde no trabalho é relevante para promover o diálogo social e para a elaboração de medidas de prevenção dos acidentes de trabalho.
“É algo de ganho inestimável para trabalhadoras, trabalhadores, empresas e governos e para toda a sociedade de um modo geral”, diz Hahn.
Acidentes de trabalho e mortes crescem cerca de 30% no país
Os dados divulgados pela iniciativa SmartLab de Trabalho Decente também apontaram crescimento de cerca de 30% no número de acidentes e mortes associados ao trabalho no Brasil entre 2020 e o ano passado.
Ao todo, foram 571.786 acidentes registrados em todo o país; no ano anterior, 446.881. O aumento foi, portanto, de 27,9%.
No caso dos óbitos associados ao trabalho, a alta foi de 33,2%: de 1.866 mortes em 2020 para 2.487 em 2021.
O MPT apresentou uma estimativa de 20% de subnotificação dos casos de acidentes de trabalho em 2021.
Segundo o órgão, cerca de 114,5 mil acidentes sem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) ocorreram no ano passado.
“O percentual se refere a casos de acidentes mais graves, que geram afastamentos e benefícios, mas a subnotificação total é difícil de medir e ainda mais preocupante. Sem dados sobre a totalidade das ocorrências, enfrenta-se desafio ainda maior para elaborar políticas públicas de prevenção de acidentes e garantir os direitos dos trabalhadores”, pondera Márcia Kamei, coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do MPT.
Os dados do MPT revelam que, entre 2020 e 2021, 33 mil CATs e 163 mil afastamentos por casos de Covid-19 foram registrados no país.
As profissões com maior ocorrência entre os registros de CATs foram de técnicos de enfermagem (35%); enfermeiros (12%); auxiliares de enfermagem (5%); faxineiros (3%) e auxiliares de escritório (3%).
Acerca dos afastamentos, as ocupações se dividiram de forma mais dispersa, com maior frequência entre faxineiros (5%), vendedores de comércio varejista (4%), alimentadores de linha de produção (4%), auxiliares de escritório em geral (3%) e motoristas de caminhão (3%).