A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para investigar a divulgação da demissão do general Joaquim Silva e Luna do comando da Petrobras. O processo, protocolado na 3ª feira (29.mar), tem como objetivo avaliar se a comunicação ao mercado sobre a troca do comando da estatal seguiu as regras estabelecidas para companhias abertas.
A investigação foi aberta pela gerência de Acompanhamento de Empresas da CVM. Como a Petrobras é listada na B3 (a Bolsa de Valores de São Paulo), especialistas afirmam que as movimentações da empresa devem ser comunicadas simultaneamente a todo o mercado, para não configurar vazamento de informação.
A Petrobras enviou um comunicado sobre a troca à CVM somente após as 20h. O texto trazia uma lista de indicações do governo ao Conselho Administração da empresa e indicava que o economista Adriano Pires foi escolhido para assumir a presidência. A mudança, no entanto, só deverá ser confirmada após a Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá no próximo dia 13 de abril.
Um processo semelhante já foi aberto após a demissão do presidente anterior da estatal, Roberto Castello Branco, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma live e só confirmada pela Petrobras no dia seguinte. As declarações levaram a empresa a perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado em apenas um dia, o que gerou um temor de intervenção na gestão da companhia e na política de preços dos combustíveis.