A campanha de Lula à Presidência da República enfrenta uma disputa pelo comando do setor de comunicação do PT. De um lado, está Franklin Martins, coordenador de comunicação da equipe de Lula; de outro, Jilmar Tatto, secretário de comunicação da sigla.
Conforme noticiou o jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, 14, Tatto e Martins têm protagonizado divergências sobre como conciliar a propaganda de Lula e do PT na corrida presidencial.
A equipe do petista quer investir na marca Lula, e não na imagem do PT, visto que o ex-presidente diz ser pré-candidato de “um movimento para reconstruir a democracia”. É com essa equipe que Lula tenta atrair aliados e montar uma frente contra o presidente Jair Bolsonaro, que vai concorrer à reeleição.
Martins quer ter o controle de todas as ações de marketing que envolvem Lula. Já Tatto exige autonomia para administrar as redes sociais, a TVPT — canal do partido no YouTube —, a rádio e o aplicativo.
A novidade com a direção de Tatto é o podcast para evangélicos, previsto para ser lançado neste mês, com o pastor Paulo Marcelo. Contudo, Tatto tem se queixado de interferências em sua área de atuação.
Recentemente, o PT repassou para a equipe de Martins três trabalhos que eram de ordem da comunicação do partido: 1) o monitoramento de tudo o que é falado sobre Lula e o PT nas redes sociais; 2) a plataforma de denúncias sobre fake news; 3) o site do ex-presidente.
Divergências
A decisão de passar à equipe de Martins atribuições que eram de Tatto desagradou à Secretaria de Comunicação do PT. Integrantes da sigla sustentam não haver “dois dinheiros” para custear a comunicação de Lula e do partido. Petistas avaliam ser desperdício bancar serviços diferenciados para Lula e o PT.
Lulaverso
Na semana passada, o WhatsApp suspendeu números de telefone de administradores dos grupos oficiais de apoio a Lula, depois do lançamento do portal Lulaverso. Criada pela comunicação da campanha de Lula, a plataforma marca presença no Twitter, TikTok, Instagram, WhatsApp e Telegram.
A assessoria de Lula informou que o bloqueio temporário das contas foi uma reação automática do WhatsApp ao grande movimento dos grupos. Já Tatto comunicou em um grupo do PT que o Lulaverso não tinha nada a ver com a sigla, mas, sim, com “a equipe de Martins”.