Com um repertório que privilegia os talentos da moderna música brasileira e a interação com o ouvinte, a Rádio Nacional estreia nova programação em rede nesta segunda-feira (6). A emissora pública, que faz parte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), busca alcançar um público maior com o crescimento de sua presença digital.
De segunda a sexta, música e informação de qualidade se combinam com entradas jornalísticas a cada 10 minutos. Destaques para faixas musicais com um perfil que valoriza gêneros nacionais e artistas da nova MPB e do pop brasileiro contemporâneo.
O resgate das radionovelas é outra atração especial. A primeira será A Vidente e o Vigarista, na faixa de 21h. O futebol também tem vez nas transmissões das jornadas esportivas e em programas tradicionais como o Bate Bola Nacional e o No Mundo da Bola.
A participação pelo WhatsApp, a presença em plataformas digitais de streaming como o Spotify, as transmissões no YouTube e o lançamento do perfil da rádio no Instagram buscam contribuir na conquista de ouvintes. O público pode entrar em contato durante a programação da emissora através mensagens de texto pelo WhatsApp (61) 99989-1201.
"O objetivo é explorar uma audiência nova para as emissoras públicas da EBC", explica o gerente executivo de Rádios, Luciano Seixas. O conteúdo ainda pode ser conferido no aplicativo Rádios EBC, disponível gratuitamente nas versões Android e iOS.
A consolidação da rede da Rádio Nacional é uma das conquistas deste ano. Além da tradicional frequência FM 96,1 MHz, em Brasília, a emissora ganhou, em maio, presença em outras quatro capitais brasileiras, na chamada banda estendida, em 87,1 FM, no Rio de Janeiro, que se mantém ainda no AM, e em São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Agora, os conteúdos entram no ar em rede.
Luciano Seixas conta que uma das metas para 2022 é ampliar o alcance da rede com a expansão para novas capitais. O gerente executivo ainda ressalta que a Nacional prepara mais novidades para o próximo ano com a estreia de atrações humorísticas, o fortalecimento da radiodramaturgia com obras inéditas, a oferta de mais espaço para produções regionais e a nova programação para os fins de semana.
Apesar da transmissão em rede, a nova programação da Nacional respeita aspectos locais do seu público. Por essa razão, a emissora mantém as transmissões de produções das praças em determinados horários paralelos ao conteúdo da rede.
Atrações conhecidas do ouvinte carioca como o Painel Nacional, o Revista Rio e o Musishow seguem no ar para o Rio de Janeiro, enquanto programas como Templo do Rock, Projeto Brasília, Na Trilha da História e Alma Blues têm vez na capital federal.
Em relação ao perfil musical, astros da nova geração que agitam as plataformas de streaming ganham espaço na emissora com sucessos de artistas como Melim, Anavitória, Vitor Kley, Tiago Iorc e Duda Beat. Para o gerente da Rádio Nacional, Daniel Costa, a proposta é oferecer o melhor para o ouvinte.
"A Nacional pretende embalar a história da música brasileira a partir da evolução e das transformações musicais no país. Mostrar a essência aliando jovens aos consagrados que construíram essa trajetória", afirma ao citar personalidades de diferentes épocas como Elis Regina, Roberta Campos e o duo Anavitória.
Daniel Costa aponta o incentivo à interação dos locutores com os ouvintes na faixa de 6h as 22h como uma das principais contribuições da nova grade da estação. Durante o dia, a Nacional vai apresentar a transmissão de diversos segmentos de música, entradas pontuais do jornalismo e conteúdos esportivos.
O gerente da emissora indica a repercussão do programa Eu de Cá, Você de Lá, transmitido para parte da rede, a partir das 20h. A produção traz uma conversa descontraída com o ouvinte, histórias do cotidiano, reportagens, notícias de utilidade pública e troca de recados. A seleção musical engloba clássicos da música popular.
A partir de material histórico preservado no acervo da EBC, a Rádio Nacional transmite tramas da radiodramaturgia que marcaram época. Entre as produções recuperadas estão Francisco Alves, o Rei da Voz, de Nilton Valério, e A Vidente e o Vigarista de Amaral Gurgel, radionovela escolhida para a estreia da faixa que vai ao ar de segunda a sexta, às 21h, com cerca de 15 minutos de duração.
De acordo com Luciano Seixas, a iniciativa reconhece a relevância desse patrimônio da empresa. "Às vésperas dos 100 anos da primeira transmissão radiofônica no país, em 2022, a Nacional resgata obras históricas de seu riquíssimo acervo para valorizar ainda mais a programação da emissora", define o gerente executivo.
Lançada há mais de quatro décadas, em 11 de dezembro de 1980, a radionovela A Vidente e o Vigarista reúne os elementos essenciais para uma boa trama. Com 186 capítulos, a história envolve triângulo amoroso e dramas sociais, além de uma pitada de eventos inusitados. O elenco incluí artistas como Domicio Costa, Maralise, Carmem Dolores, Amélia Ferreira e Carlos Leão.
O enredo acompanha a jovem e ingênua Nadir que sai do interior para estudar balé em São Paulo onde se apaixona pelo pianista Ernesto. O mau-caráter desaparece e deixa a moça grávida. Após o parto, ela viaja para a Europa em busca do amado, mas conhece Alex e uma nova paixão se inicia. Nadir se transforma na vidente Nadja e várias intrigas surgem a partir do triângulo amoroso que se forma.
A gerente de Acervo da EBC, Maria Carnevale, assinala a importância da radionovela na nova programação da Nacional. "O resgate de um programa dessa natureza permite que os ouvintes tenham contato, novamente, com um gênero de radiodramaturgia que marcou época e sobreviveu ao advento da televisão no Brasil até meados da década de 1980", recorda.
Ela destaca aspectos que sobressaem na obra. "Essa radionovela tem 40 anos e vai tocar a memória afetiva de boa parte do público da Rádio Nacional. Além de resgatar uma forma de entretenimento e aguçar o imaginário dos ouvintes com a trama, serve como fonte de pesquisa de um gênero que brilhou no Brasil nas décadas de 1940 a 1970", completa.
Nova programação da Nacional *