Bruno Franguelli, SJ.
O Santuário Nacional de São José de Anchieta conserva o local onde faleceu o Apóstolo do Brasil. É também um dos mais importantes símbolos da presença dos jesuítas no Brasil e acabou de passar por uma grandiosa obra de restauro e readequação. Localizado na cidade de Anchieta, no Estado do Espírito Santo, o monumento religioso, ficou em obra por cerca de três anos. O projeto envolveu serviços de conservação e restauração, além da criação de novos espaços para a acolhida dos peregrinos.
Além da espiritualidade que o Santuário oferece, a partir de agora os fiéis e peregrinos terão a oportunidade de usufruir da riqueza cultural oferecida pelo centro de interpretação São José de Anchieta. Os fieis e peregrinos vão se surpreender com a grandiosidade e relevância do trabalho realizado no local, que passa a apresentar um novo conceito de museu, ou seja, um centro interpretativo, com dinâmica de comunicação maior e mais interativa. Todo o seu roteiro museográfico, desde a recepção, está ligado à história da vida e obra de São José de Anchieta e ao trabalho missionário dos jesuítas do Estado do Espírito Santo e do Brasil.
Área devocional
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1943, o monumento, formado pela Igreja Nossa Senhora da Assunção e pela antiga residência jesuíta, recebeu obras civis de conservação, climatização, sonorização e restauro do patrimônio arquitetônico. Também foram realizados levantamentos históricos, pesquisa arqueológica, restauro da imaginária e dos objetos litúrgicos, digitalização do acervo e projeto de readequação litúrgica. Tudo isso para compor os antigos e os novos espaços de uso do Santuário que agora compreendem a Igreja, o Centro de Interpretação, o Centro de Documentação, o Café, a Loja e o Paisagismo Cultural.
As obras, integralmente aprovadas pelo IPHAN, foram efetivadas pela Lei de Incentivo à Cultura Federal, com patrocínios do Instituto Cultural Vale e do BNDES. Foram realizadas por profissionais especializados e com muito estudo, respeito às normas, responsabilidade e cuidado. Preservar as características originais do monumento, segundo os padrões rígidos internacionais do restauro, foi prioridade do Instituto Modus Vivendi, organização responsável pelo restauro.
“Este projeto mudará a história da região, pois vai gerar efeito multiplicador no turismo e no desenvolvimento local a partir do uso da sua identidade cultural, da fé e da história de São José de Anchieta”, afirmou a responsável pelo trabalho de restauro, a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel. Segundo a superintendente do Iphan-ES, Elisa Machado Taveira, a conclusão desse projeto, realizado por uma equipe multidisciplinar, é uma ação exemplar para a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro.
Segundo o reitor do Santuário Nacional de São José de Anchieta, o padre jesuíta Nilson Maróstica, “com a canonização temos visto que cresceu e multiplicou o número de pessoas interessadas em São José de Anchieta, levando em conta toda a sua devoção e interesse pelos aspectos artístico e cultural do monumento. O Santuário, então revitalizado, revigora a fé do povo no santo, aumenta a devoção. Também desperta o interesse turístico, artístico, cultural. Revitalizar o Santuário é restaurar para preservar e divulgar”.
Sacristia
O MENOR SANTUÁRIO DO MUNDO
Muitos pensam que o Santuário Nacional de São José de Anchieta é a Igreja Nossa Senhora da Assunção, construída pelas mãos do próprio santo com a colaboração dos indígenas. Mas na verdade, o espaço sagrado declarado oficialmente como Santuário Nacional é a chamada cela, o pequeno quarto onde faleceu o santo Apóstolo do Brasil. A Cela é o local para celebração do mistério, da fé e dos milagres. No local podem ser encontrados quatro elementos: um quadro com a imagem de São José de Anchieta, do século XVII, que veio de Roma no início do século passado; uma relíquia da tíbia de São José de Anchieta; um crucificado em terracota do século XVI, encontrado na Igreja durante um trabalho de arqueologia e, por ser contemporâneo à época que Anchieta viveu, está exposto; e a bula de canonização, o livro que é o decreto que determina que Padre José de Anchieta é Santo, escrito à mão em latim e assinado pelo Papa Francisco.
Deste modo, o Brasil ganha um belíssimo espaço de fé e cultura. Um local para encontrar-se com Deus através das pegadas deixadas pelo Apóstolo do Brasil, São José de Anchieta.
Fonte consultada: Ilda Castro (Mile4 Assessoria de Comunicação).