O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta 4ª feira (27.out) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua e a taxa de desocupação recuou, mas ainda atinge 13,7 milhões de brasileiros em busca de uma vaga. Os dados são do último trimestre, de junho a agosto de 2021.
Para Roberto Dumas, professor do Insper, existe uma subnotificação nesse número, pois ele não leva em conta os desalentados, aqueles que não estão procurando um emprego. Se somados os 5,3 milhões de desalentados, o número de desempregados no Brasil chega a 19 milhões.
"Se 100% da população economicamente ativa não estiver procurando emprego, o desemprego é zero. É a maneira do IBGE fazer o cálculo", afirma o especialista.
Para Dumas, a maior preocupação no país é com o desemprego estrutural, que acontece quando novas tecnologias passam a substituir a mão de obra que antes era executada por uma pessoa ou exigem uma qualificação técnica maior para sua utilização.
"A pandemia antecipou uma coisa inevitável, precisamos cada vez mais de trabalhadores capacitados em tecnologia. Dado o nível de educação do Brasil, onde 47% da população não tem o ensino médio, aquele que foi substituído por um algoritmo dificilmente vai arranjar um emprego", afirma.
"Com esse desemprego estrutural, essa pessoa precisa se reiventar, mas não vai ter a capacidade, dado o ensino que teve durante sua vida", completa o especialista.