Após uma reunião nesta sexta-feira (15), o grupo emergencial do governo federal de monitoramento da crise hídrica avaliou que as medidas adotadas para evitar o racionamento de energia elétrica continuarão sendo necessárias nos próximos meses.
A conclusão veio um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer durante um evento que determinará ao Ministro das Minas e Energia que reverta a bandeira vermelha, que sinaliza más condições para a geração de energia e acarreta maiores custos para os consumidores.
De acordo com os membros da Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), os resultados das prospecções realizadas acerca da crise hídrica evidenciam a importância das medidas excepcionais em curso, apesar dos custos associados, com vistas ao aumento das disponibilidades energéticas.
A Creg foi criada por uma medida provisória em junho e é composta pelos ministros de Minas e Energia; da Economia; da Infraestrutura; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Meio Ambiente; e do Desenvolvimento Regional. A principal atribuição do colegiado é avaliar e adotar medidas emergenciais para garantir a continuidade e a segurança do suprimento de energia elétrica no país.
Chuvas
O colegiado concluiu na reunião desta sexta-feira que apesar do aumento das chuvas na Região Sul e da expectativa de de chuvas em maiores volumes nas regiões Sudeste e Centro-Oeste em breve, a situação ainda requer atenção e será preciso que chova em volumes significativos para que a água chegue suficientemente aos reservatórios do país.
A pior crise hídrica em 91 anos, conforme o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), levou ao acionamento em agosto de usinas termelétricas, que têm mais custos. Antes disso, em junho, a agência chegou a avaliar se manteria a taxa extra em R$ 9,49 ou se aumentaria o valor para R$ 11,50. Esses valores, no entanto, foram propostos pela Aneel antes das ações adotadas pela Creg (Câmara de Regras Excepcionais para a Gestão Hidroenergética), grupo presidido pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e criado por meio da Medida Provisória 1055.
Desde que o comitê foi criado, o governo adotou diversas ações para tentar evitar apagões ou ainda a necessidade de um racionamento de energia. A termelétrica William Arjona, em Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem um custo variável superior a R$ 2,4 mil por megawatt-hora (MWh), e a importação de energia da Argentina e do Uruguai, por exemplo, custa mais de R$ 2 mil por megawatt-hora (MWh).
Recomendações da Aneel
A Aneel vem divulgando uma série de recomendações aos consumidores para a redução do consumo de energia. Entre elas estão o uso racional do chuveiro elétrico (banhos de até 5 minutos e em temperatura morna); do ar condicionado (manter os filtros limpos e reduzir ao máximo seu tempo de utilização); da geladeira (só deixar a porta da geladeira aberta o tempo que for necessário, regular a temperatura interna de acordo com o manual de instruções e nunca colocar alimentos quentes dentro da geladeira); e do ferro de passar (juntar roupas para passar de uma só vez e começar por aquelas que exigem menor temperatura).