Mais de 2,1 milhões de moradores do interior de São Paulo sofrem a pior seca dos últimos 91 anos. No total, há 25 cidades cidades enfrentando racionamento de água.
Das 13h até as 20h da noite não tem nenhuma gota d'água na casa da atendente Amanda Silva. "Tem que separar água, balde, lavar a louça e fazer tudo na correria para deixar limpo. Na hora que acabar a água, não tem o que fazer", afirma. O pior é que o transtorno enfrentado por ela e outros 100 mil moradores de São José do Rio Preto não tem previsão pra acabar.
O coordenador de operação e distribuição de água do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto de Rio Preto (SeMAE), Rafael Zeruniam, pontuou: "A gente gostaria que tivesse uma sequência de chuva acima da média, sem esse longo período de estiagem para que então pudesse começar a estudar essa redução progressiva".
A estiagem começou em abril. Em maio, já foi preciso racionar o abastecimento. Em Bauru, o rodízio é de 24 horas com água e 48 horas sem. Já em Valinhos, a represa está praticamente seca. "Está difícil para todo mundo, né? É a situação, a falta de chuva,é todo um processo que cada um tem que fazer a sua parte", disse o autônomo João Pedro Silva Neto.
Em Araçoiaba da Serra, uma nova estação de tratamento d'água está em construção para diminuir os impactos da crise hídrica. Na grande São paulo e região metropolitana, os reservatórios estão em estado de alerta. No último sábado (2.out), foi registrado o pior índice desde 2016. O sistema da cantareira opera com menos de 30% da capacidade. Em Rubinéia, a seca é tanta que as ruínas de uma cidade inundada na década de 70 apareceram no lugar do Rio Paraná.