Os efeitos da pandemia de covid-19 sobre as viagens no primeiro semestre de 2021 fizeram com que 75% das operadoras de turismo brasileiras realizassem menos de um quarto dos embarques do período pré-pandemia. O dado foi divulgado pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) em seu boletim sobre o setor relativo ao mês de junho.
A pandemia de covid-19 teve seu período mais letal no Brasil no primeiro semestre deste ano, quando o número de vítimas da covid-19 saltou de 200 mil, em 7 de janeiro, para 518 mil, no fim de junho, cenário impulsionado pela disseminação da variante Gama no território nacional.
Os meses mais letais da pandemia foram março, abril e maio, e estados e municípios endureceram as medidas de restrição para tentar conter o avanço do vírus e reduzir o número de vítimas, informa o boletim divulgado ontem (20).
Apesar da crise sanitária e econômica, a associação avalia que o avanço da vacinação e as promoções anunciadas no período foram decisivos para a realização de vendas de viagens no período. A pesquisa mostra que, de janeiro a junho deste ano, 22% das operadoras tiveram faturamento maior ou igual ao período pré-pandemia.
Para o mês de junho, o estudo indica que 26% das operadoras não conseguiu realizar nenhum embarque, e apenas 25% atingiu ao menos a metade da média histórica de embarques para o mês.
A Braztoa informa que os destinos nacionais com maior procura são Porto de Galinhas, Gramado, Praia do Forte/ Salvador, Maceió, Porto Seguro e Rio de Janeiro.
Já no âmbito internacional, América Central e Caribe seguem no topo das vendas.
Segundo a associação de operadoras de turismo, roteiros de sol e praia, luxo e bem-estar estão entre os preferidos dos viajantes, que têm buscado "maior conexão com a natureza, comunidades locais e autoconhecimento".
A expectativa de 30% das empresas do setor é que ao faturamento médio seja recuperado no primeiro semestre de 2022, enquanto 22% das operadoras estão mais otimistas e esperam voltar ao patamar pré-pandemia ainda no segundo semestre de 2021. Para 19%, a normalização do faturamento só deve ocorrer em 2023.