O Ministério da Economia afirmou que não irá se manifestar oficialmente sobre o suposto fim do abono salarial PIS-Pasep. Têm direito ao benefício de R$ 1.100 por ano os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos mensais. A extinção do pagamento é avaliada pelo Governo Federal, como forma de cortar gastos que seriam injetados no novo Bolsa Família, que o presidente Jair Bolsonaro manifestou interesse em aumentar para até R$ 300 em média. Atualmente, o valor não passa de R$ 190.
A estratégia de compensar um benefício com o fim de outro seria uma forma encontrada pelo Ministério da Economia para cumprir o proposto pelo presidente da república, sem afetar o limite orçamentário com programas sociais de distribuição de renda. A suposta manobra do Governo Federal foi revelada pelo Portal Uol. A intenção seria turbinar o Bolsa Família para dar fôlego a Bolsonaro na disputa pela reeleição em 2022.
A troca de nome do Bolsa Família também é avaliada, para desvincular a marca ao PT, principal partido opositor ao presidente. O título Renda Brasil chegou a ser discutido no ano passado, mas foi engavetado por Bolsonaro, após a imprensa revelar que os recursos do novo programa viriam do congelamento de aposentadorias e benefícios sociais de idosos e deficientes de baixa renda. Os grupos ficariam pelo menos dois anos sem reajustes no pagamento.
Durante conversa com apoiadores na portaria do Palácio da Alvorada, Bolsonaro confirmou reajuste no Bolsa Família, mas sem especificar a fonte dos recursos. "Tá sendo negociado pra aumentar aí 50% até dezembro. Houve inflação dos alimentos, subiu no mundo todo. [O problema] foi agravado pela pandemia do "fica em casa", disse.