Em meio ao aumento de casos da Covid-19 e internações ocasionadas pela doença, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Salvador recebeu, nos últimos quatro meses, 10.334 trotes telefônicos. Só em fevereiro, mês em que foi registrado um dos piores cenários da pandemia, foram 2.151 trotes atendidos por equipes do Samu.
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em novembro do ano passado o serviço recebeu 3.455 ligações falsas. Já em dezembro foram registrados 2.777 trotes e em janeiro deste ano, 1.971.
A ligação com falso pretexto pode acarretar consequências como retardamento do atendimento de cidadãos que estão necessitando do serviço de urgência.
Além disso, a atitude gera desperdício do dinheiro público, já que há custos no deslocamento de ambulâncias. O trote é enquadrado com crime no artigo 266 do Código Penal, com pena de detenção de um a três anos.
De março a outubro de 2020, o Samu da capital baiana recebeu cerca de 20 mil trotes por telefone - 10% de um total de 200 mil chamadas.
O médico e coordenador de Urgência e Emergência de Salvador, Ivan Paiva, considera que existem duas categorias de trotes. A primeira é de crianças que fazem as ligações para se divertir - e são mais rapidamente identificadas pelos atendentes. A outra é de adultos que simulam histórias que levam à perda de tempo e dinheiro com atendimentos a situações inexistentes.