O governo da Bahia decretou toque de recolher na maior parte do Estado entre 22h e 5h para tentar conter o avanço do novo coronavírus. A medida, que se estenderá por sete dias e vale a partir da próxima sexta-feira, 19 , foi anunciada pelo governador Rui Costa (PT) nesta terça-feira, 16, em reunião com prefeitos das cidades baianas. Segundo o governo, os casos ativos da doença superam os 15 mil na região.
“É uma forma de conter o avanço desse número alarmante que, se continuar crescendo, irá levar ao total colapso do sistema de saúde”, disse Costa em nota divulgada à imprensa. O toque de recolher só não valerá nas regiões Oeste, de Irecê e Jacobina, que têm os menores índices de ocupação de leitos. A medida, então, compreende Salvador e região metropolitana.
Fica restrita a circulação de pessoas nas ruas para serviços não essenciais, proibindo também atividades comerciais no período do toque de recolher. Dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que o Estado soma até agora 10.864 óbitos pela covid-19 em meio a 635,4 mil casos confirmados da doença, o terceiro maior número absoluto de diagnósticos (atrás de São Paulo e Minas).
Técnicos da Secretaria de Estado da Saúde disseram que a taxa de ocupação de leitos de UTI dedicados a pacientes com covid-19 chegou a 74%. “Os dados indicam um risco real de colapso do sistema de saúde e consequente aumento na mortalidade. Nesse momento, apenas medidas de distanciamento social mais severas minimizarão as altas taxas de transmissão do vírus”, explicou em nota o secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas.
O Estado disse que abriu novos leitos de terapia intensiva nos municípios de Camaçari, Seabra e Barra nos últimos dias e "estão previstas ampliações nas cidades de Ilhéus e Porto Seguro, em um esforço para reduzir a pressão na rede assistencial".
O governo disse que, para a volta às aulas, três critérios precisarão ser seguidos: a redução do número de casos ativos, a diminuição do número de óbitos e a queda das taxas de ocupação de leitos. “Definimos que esses critérios são os requisitos mínimos necessários para que possamos ter um retorno sem colocar em risco a vida de nossos professores, pais, alunos e todos os seus familiares”, apontou o governador.