O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 4ª feira (16.dez.2020) que o Brasil chegou a uma situação de quase normalidade durante a pandemia. “Quem esperava, depois de meses difíceis, chegarmos a uma situação de quase normalidade ainda em 2020? A quem devemos tudo isso? Em 1°lugar, a Ele [Deus]”, disse em cerimônia de ação de graças, que reuniu líderes de religiões cristãs no Palácio do Planalto.
“Ministros trabalharam incessantemente, foram iluminados e conseguiram, com suas ações, usando para o bem a máquina do Estado, fortalecer e dar esperança a mais de 200 milhões de pessoas”, disse. Bolsonaro disse que, hoje, o Brasil tem um “presidente que acredita em Deus, respeita os seus militares e deve lealdade ao seu povo”.
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, participou do evento e se emocionou em alguns momentos. Também estiveram no Palácio o vice-presidente Hamilton Mourão e sua mulher, Paula Mourão, além dos ministros Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) e Milton Ribeiro (Educação).
Assista ao evento (1h5min) e ao momento em que Bolsonaro fala sobre a “quase normalidade” (em 58min23s):
A declaração de Bolsonaro vem horas depois de um discurso conciliatório feito por ele em evento de lançamento do Plano Nacional de Imunização contra a doença. Na ocasião, o presidente disse que apenas “irmanados” ele e os governadores conseguiriam “uma alternativa concreta” para combater o vírus.
“A grande força que todos nós demonstramos agora é a união para buscar a solução de algo que nos aflige há meses. Se algum de nós extrapolou ou exagerou, foi no afã de buscar uma solução”, declarou na manhã desta 4ª feira. Na cerimônia, o chefe do Executivo assumiu que a pandemia de covid-19 afligiu desde o início. “Não sabíamos o que era essa vírus e ainda não sabemos em grande parte”, declarou.
Contudo, não é a 1ª vez que Bolsonaro afirma vislumbrar o fim da pandemia de covid-19 sem apresentar evidências de que isso esteja acontecendo. Bolsonaro havia afirmado em 10 de dezembro que o Brasil vivia o “finalzinho” da pandemia de covid-19.
“Me permite falar um pouco do governo, que ainda estamos vivendo o finalzinho de pandemia. O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhores se saíram na pandemia”, disse o presidente durante um discurso em Porto Alegre (RS).
As declarações são feitas num momento em que o Brasil enfrenta uma tendência de alta nas mortes pela doença. Até esta 4ª feira, segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrava pelo menos 182.799 mortes pelo novo coronavírus, com 964 vítimas a mais que o registrado no dia anterior. Foi a maior quantidade de mortes diárias desde 30 de setembro, quando foram confirmadas 1.031 mortes. O país também confirmou mais 42.889 casos no período, totalizando 6.970.034.