A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça notificou, nesta quarta-feira (9), a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e os representantes de produtores de alimentos para que expliquem, dentro de cinco dias, o aumento do preço dos alimentos que compõem a cesta básica.
Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, receberam o presidente dos supermercadistas, João Sanzono Neto, no Palácio do Planalto. A Senacon disse que o alerta ocorreu pela alta de preços do arroz que, "apesar dos positivos volumes produtivos da última safra, sofreu diminuição da oferta no contexto global".
"Não podemos falar em preços abusivos sem antes avaliar toda cadeia de produção e as oscilações decorrentes da pandemia", disse Juliana Domingues, secretária nacional do Consumidor.
Importação
- O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu nesta quarta-feira zerar a alíquota do Imposto de Importação para o arroz em casca e beneficiado até o fim deste ano em meio à expressiva alta no preço do produto no país.
Em nota, o Ministério da Economia informou que a redução temporária está restrita à cota de 400 mil toneladas e que a decisão veio após proposta feita pelo Ministério da Agricultura ao colegiado.
O objetivo da isenção tarifária temporária é conter o aumento expressivo no preço do arroz ao longo dos últimos meses. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o preço do arroz variou mais de 107% nos últimos 12 meses, com o valor da saca de 50 quilos próximo de R$ 100. Os motivos para a alta são uma combinação da valorização do dólar frente ao real, o aumento da exportação e a queda na safra. Em alguns supermercados, o produto, que custava cerca de R$ 15, no pacote de 5 quilo, está sendo vendido por até R$ 40.